A Nova Ética Espiritual a partir da Lei de Conservação, por Marcelo Henrique e Cláudia Jerônimo

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E chegamos à quarta das Leis Divinas ou Naturais (Espirituais) na delimitação filosófica que a Doutrina dos Espíritos consagra, a partir da publicação de sua base, “O livro dos Espíritos”, em sua Terceira Parte.

Como duas faces de uma mesma moeda, Conservação e Destruição parecem andar proximamente. Até lado a lado. Ainda que não seja objeto desta edição tratar, propriamente, dos caracteres desta última, vários dos artigos selecionados trazem elementos afetos à ação humana que dilapida ou vilipendia a vida e o habitat dos Espíritos encarnados, o Planeta.

E é fundamental falar-se deste planeta, enquanto Mundo de Prova e Expiação, a Terra, uma das muitas moradas na casa do Pai, como bem ilustrou Jesus de Nazaré e que coube à dicção dos Espíritos Superiores e a inteligência de Kardec delimitar para o contexto do tempo em que vivemos, nesta transição (duradoura e continuada) de um plano de prova e expiação para outro, regenerado.

Conservar é, assim, uma ação INDIVIDUAL, própria, peculiar, necessária, obrigatória e inafastável de cada Espírito que reencarna. Porque o elemento de destrutibilidade ou de perecimento está associado, indiscutivelmente, à condição temporária da vida na matéria. No espaço, na Erraticidade, no Mundo Espiritual, nada é destrutível, tudo é eterno. Mas não imutável, porquanto em face de outra lei, que será vista em uma edição vindoura, a de Progresso, tudo o que foi, é e será criado por Deus, progride indefinidamente.

Maria Cristina Rivé, então, abre esta nossa edição “harmônica” falando do “Conservar”. Sua crítica, pontual e oportuna, nos remete às diferenças marcantes da sociedade atual, em que o conservadorismo impõe suas “crenças” e dita o ritmo das relações, impedindo que muitos possam ter a total liberdade de desenvolvimento e progresso. Um verdadeiro alerta para o comodismo espírita que tenta justificar a opressão, a iniquidade e as injustiças como um “plano espiritual” para a Humanidade. Que tenhamos a devida atenção para ouvir e pôr em prática as necessárias mudanças…

Rubens Meira, inesquecível amigo que já nos deixou a alguns anos, discorre sobre a “Valorização da Vida Humana”, tecendo uma colcha de retalhos entre citações das obras kardecianas que prelecionam acerca da necessidade de cuidar da vida diante do progresso (material e social), entendendo que há vínculos espirituais e prescrições éticas que presidem a vida na materialidade.

“Ecologia e Espiritismo” é o artigo de André Trigueiro, que, aliás, tem se especializado nos últimos anos, seja no seu ofício (jornalismo) seja em trabalhos no movimento espírita, em tratar desta temática. O megafone de Trigueiro tem um alvo específico: o movimento dos espíritas, no sentido da conscientização dos agentes sociais – que somos todos nós – para atentar para os relatórios de entidades especializadas sobre a destruição (ambiental) da Terra, propugnando sobre os deveres dos espíritas para a efetivação, pelo trabalho, do mundo regenerativo.

Orlando Villarraga, em seu ensaio “Educação Espírita e Desenvolvimento Sustentável”, num árduo trabalho de pesquisa e interdisciplinaridade, nos apresenta elementos indiscutíveis para a adesão a um modelo de desenvolvimento mais aperfeiçoado que o nosso, derivado de melhores normas legais, mas, sobretudo, de uma consciência (individual e coletiva) acerca do papel de cada um neste processo, enquadrando um binômio necessidades da Humanidade e compromisso e responsabilidade das gerações humanas.

Cynthya Michelin Locatelli faz uma interessante abordagem conciliatória entre os elementos das Leis Espirituais e os das Leis Humanas (no que concerne ao Meio Ambiente) em seu “Aspectos jurídicos e espíritas nas questões socioambientais”, argumentando que o ambientalismo (ciência interdisciplinar e ética) não pode ser dissociado do Espiritismo, porque os encarnados exercem ações incessantes, no duplo quadrante: espiritual e físico, sendo responsáveis por uma psicosfera que pode ser equilibrada ou desequilibrada

Jorge Daher propõe muitas questões da atualidade no texto “Os avanços da Biologia perante o Espiritismo”, quando examina muitos dos progressos da ciência material – genética e engenharia genética – alertando para a verdadeira “Caixa de Pandora” que está aberta pela e para a Humanidade e que precisa da Ética Espírita para tratar de todos os elementos que dela saem.

Por fim, numa construção filosófica e cronista, Débora Nogueira nos brinda com o seu “Conservação ou Conservadorismo” num libelo convocatório aos (verdadeiros) espíritas para saírem dos seus universos limitados e limitantes, na satisfação dos próprios egos, para pensar e agir em relação aos que não detêm condições de ter sequer o necessário.

Esperamos que cada um dos artigos desta Edição, cuidadosamente selecionados, nos enderecem à ação social espírita, necessária e fundamental para apressarmos os passos na direção de uma Humanidade mais fraterna e progressista, em que os parâmetros da Ética Espiritual já possam ser materializados.

Acesse o conteúdo:

A Nova Ética Espiritual a partir da Lei de Conservação, por Marcelo Henrique e Cláudia Jerônimo

Conservar, por Maria Cristina Rivé

Valorização da Vida Humana, por Rubens Policastro Meira (in memoriam)

Ecologia e Espiritismo, por André Trigueiro

Educação Espírita e Desenvolvimento Sustentável, por Orlando Villarraga

Aspectos jurídicos e espíritas nas questões socioambientais, por Cynthya Michelin Locatelli

Os avanços da Biologia perante o Espiritismo, por Jorge C. Daher

Conservação ou Conservadorismo, por Débora Nogueira

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