A sintonia entre o orador e o aditório

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Sérgio Biagi Gregório

O discurso oratório pressupõe o emissor, a mensagem e o receptor. O orador é o indutor, ou seja, o pêndulo emissor. À sua frente os ouvintes. Para que seja ouvido deve entrar em sintonia com o auditório.

Sintonia – do grego syntonia – significa acordo mútuo, reciprocidade. Em Psicologia é o estado de quem se encontra em correspondência ou harmonia com o meio. Orador – do lat. oratore -, aquele que ora um discurso em público. Auditório – do lat. auditoriu -, conjunto de ouvintes que assiste a algum discurso.

A indutância, a capacitância a ressonância e a própria sintonia em eletricidade oferecem-nos campo para a analogia. Valendo-nos da ressonância, coloquemos quatro pêndulos (dois de comprimento curto e dois de comprimento longo) e movimentemos um deles. Imediatamente, o pêndulo de mesmo comprimento começará a oscilar querendo entrar na mesma freqüência daquele que foi acionado, enquanto os outros dois permanecem fixos. Como interpretar psicologicamente esse fenômeno mecânico?

O discurso oratório pressupõe o emissor, a mensagem e o receptor. O orador é o indutor, ou seja, o pêndulo emissor. À sua frente os ouvintes. Para que seja ouvido deve entrar em sintonia com o auditório. Mas, o que é entrar em sintonia com o público? é captar o ponto médio dos ouvintes e trabalhar em cima dele. Pois, se estiver muito acima da média não será entendido e, muito abaixo, tornar-se-á desinteressante.

O impacto interpessoal define o ajustamento entre o orador e o público. Para que o orador desperte a atenção consciente dos ouvintes, deve falar somente aquilo que interessa ao auditório. Pressupor público inteligente e falar como se estivesse na condição de ouvinte auxiliam sobremaneira a preparação de nossa peça oratória. Conseqüentemente, criaremos um campo mental harmonioso entre nossa pessoa e aqueles que nos ouvem.

A manutenção do interesse durante a exposição exige diversos cuidados. Primeiramente, o preparo do orador. Este deve ter em mente a sintonia com Deus, consigo próprio e com aqueles que irão ouvi-lo. Em segundo lugar, a preparação do tema. Montar e seguir um roteiro, deixando brechas para a criatividade do momento, em que os Benfeitores Espirituais poderão inspirar-nos o pensamento correto para atender às necessidades do ambiente.

Apliquemos todas as nossas potencialidades para a compreensão do tema a ser exposto. A naturalidade de nossa expressão garantirá a verdadeira sintonia com o público que nos assiste.

FonteS:
D’ARAÚJO, I. B. C. Oratória Eficiente Hoje. Rio de Janeiro, Agir, 1974.
BROWN, C. I. Introdução à Eloquência. Rio de Janeiro, Fundo de Cultura, 1961.

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