O Jesus que existiu, por Cláudio Bueno da Silva

Tempo de leitura: 3 minutos

Cláudio Bueno da Silva

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Enfim, um Jesus que existiu, bem distante de qualquer possibilidade de enquadrá-lo na categoria de mito.
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O primeiro passo para desmistificar e desmitificar a existência de Jesus é vê-lo com naturalidade. Isso facilita a compreensão da sua missão na Terra e do seu evangelho.

Foi o que fez a professora e escritora Heloisa Pires, no seu livro “Herculano Pires, o homem no mundo” [1]. Nele a autora fala da trajetória de trabalho e luta de seu pai, Herculano, desde jovem, sempre às voltas com as dificuldades naturais da vida e sua tranquila capacidade de superá-las. Fala também da intimidade do grande pensador, do seu amor pelos animais, plantas e livros, do bom humor constante, além do seu brilhantismo intelectual e força moral.

Heloisa aborda temas existenciais segundo a ótica espírita, com respaldo no pensamento doutrinário de Herculano Pires.

Um destes temas traz “Jesus, o existente”, texto que reúne objetivamente informações sobre a vida e a missão de Jesus.

Heloisa Pires traça com singeleza o caráter superior de Jesus e põe em relevo sua preocupação prioritária com “os necessitados de todos os matizes”. Realça a natureza do Mestre, humana enquanto encarnado, divina em relação a sua pureza e elevação, bem diversa da caracterização mística e sobrenatural que as religiões cristãs criaram para ele. Enfim, um Jesus que existiu, bem distante de qualquer possibilidade de enquadrá-lo na categoria de mito.

Pelo interesse e reflexão que pode trazer a muitos, divido o texto com os leitores:

Na época em que Jesus veio à terra, o ‘tora’, escrito sobre tábuas de pedras era a lei. A vinda de Jesus foi o acontecimento mais notável da história (…).
O profeta hebreu falava sobre a vinda do Messias e sua morte, cercado pela incompreensão na terra. Mas disse que os interesses de Jeová prosperariam após à sua morte.
Jesus nasceu entre os hebreus, o povo mais adiantado da época, espiritualmente falando. A mostrar a importância da família teve a cercá-lo indivíduos de moral irrepreensível. Seus pais, Maria e José eram pobres, simples, mas dignos. Seu nome era um nome comum, alteração de Josué. Nasceu em Nazaré, mas deturparam a estória para enquadrar Jesus nas lendas da época. Jesus foi o primogênito, mas depois vieram os irmãos; nenhum o seguiu. (…)

Nazaré era uma deliciosa cidade, o clima era ameno, as mulheres formosas. (…)

A educação de Jesus foi a da época. (…) O Nazareno não se preocupou em obter nenhum título. Colocou-se sempre acima da tradição e da época. Era isento de egoísmo, de ambição, de todos os defeitos próprios dos mundos de provas e expiações. Foi um revolucionário, mas sua arma foi o Amor. Um amor como jamais fora visto na terra, um amor que perdoava, compreendia. Estendeu seu afeto aos pecadores, aos necessitados de todos os matizes. Não era um Deus, era um espírito mais adiantado que veio à terra para mostrar onde devemos chegar, como agir em cada circunstância. Dizia que era filho de Deus e o filho do homem. Um irmão mais velho que descobriu, antes, o caminho que facilitava a subida da montanha e veio mostrá-lo aos irmãos menores. Disse sempre que faríamos o que ele fez e muito mais. Foi o maior psicólogo, o maior filósofo de todos os tempos; mas não ficou só na teoria, exemplificou tudo o que ensinou.

Não realizou milagres, disse que viera para cumprir a lei; e a cumpriu, mesmo as leis biológicas do planeta, quando de seu nascimento. Foi filho de Maria e José e não do Espírito Santo. Se o corpo de Jesus era igual ao de todos nós, se nascera fruto do amor de um casal maravilhoso, onde estava a superioridade de Jesus? Isso é bem explicado em “A gênese”, de Allan Kardec, no capítulo sobre milagres e profecias de Jesus. A superioridade do Nazareno era consequência de seu espírito super evoluído, que produziu um perispírito superior. Portanto, era o perispírito de Jesus que ocasionava a diferença. Formado, por lei de afinidade, das partículas mais puras dos fluidos espirituais da Terra, possuía no mais alto desenvolvimento as propriedades do perispírito. Em Jesus a expansão, irradiação, flexibilidade do perispírito haviam atingido o desenvolvimento pleno, o que lhe permitia realizar fatos normais considerados milagres.

Em outros dois capítulos de “A gênese” entendemos melhor o paranormal, Jesus de Nazaré: “Formação do perispírito” e “Ação dos espíritos sobre os fluidos espirituais”. Entendemos porque aqueles que se aproximavam de Jesus pensando que iriam sarar, conseguiam a cura.

Jesus criava, através de emissões mentais que provam a sua superioridade espiritual, um campo eletromagnético que induzia os indivíduos ao fortalecimento interior.
Quando os seus discípulos disseram que não podiam curar um lunático, ele afirmou:

– Não puderam curá-lo por causa de sua pouca fé. Se tiverdes fé do tamanho de um grão de mostarda nada vos será impossível.

Jesus explicou a importância do pensamento positivo e a necessidade da utilização de nossas forças interiores.

Jesus veio nos conscientizar da necessidade de melhorarmos o nosso padrão vibratório para conseguirmos saúde, paz, vitórias na horizontal e na vertical.

‘Podeis fazer o que eu faço e muito mais’.

Nota do Autor:
PIRES, Heloísa. “Herculano Pires, o homem no mundo”. São Paulo: FEESP, 1992.

Foto pixabay

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Postagem efetuada por membro do Conselho Editorial do ECK.

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