O pensamento de Luc Ferry sob a perspectiva espírita: aspectos destacados, por Ricardo de Morais Nunes

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Luc Ferry, imagem Wikipedia, Creative Commons Attribution-Share Alike 2.0 Generic, acesse as atribuições

Por Ricardo de Morais Nunes

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O Espiritismo também se enquadra como uma doutrina de salvação, sob a perspectiva apontada por Luc Ferry, pois enfrenta o problema da finitude terrena e nos oferece um sentido para que possamos viver sem medo da morte. Não a salvação tradicionalmente defendida pelas religiões, mas a possibilidade de alcançar o que os antigos chamavam de “sabedoria”, já neste mundo. Não se confundindo com as religiões, a filosofia espírita irá postular não apenas a esperança, mas, sobretudo, a convicção na vida após a morte, fundamentada no mais puro rigor do raciocínio livre e também na observação da ampla gama de fenômenos naturais proporcionados pela mediunidade.

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 Introdução

Luc Ferry é um filósofo francês contemporâneo que tem se destacado no cenário filosófico internacional com a publicação de várias obras, nas quais expõe seu pensamento filosófico. Foi ministro da Educação na França. É um filósofo que tem tentado construir um novo humanismo em contraposição ao materialismo contemporâneo, que tem sua inspiração em Nietzsche, Marx e Freud, os chamados “filósofos do martelo”, os quais se empenharam em desconstruir  o edifício  ideológico do humanismo tradicional.

Para Luc Ferry, a liberdade é o “excesso”, que retira o homem do mundo meramente natural, constituindo-se em um aspecto de transcendência do homem em relação à natureza, é aquilo que o diferencia dos demais seres.

Ferry busca recuperar a ideia de transcendência de valores como verdade, justiça, beleza e amor. No entanto, em sua opinião, esses valores não estão presentes fora do homem em algum mundo das ideias platônico. Segundo afirma, descobrimos estes valores em nosso próprio íntimo, na imanência de nossa própria consciência e não podemos olvidá-los.

Luc Ferry busca, também, resgatar a ideia do sagrado, o qual não estaria mais em Deus, mas no homem. Afirma que o europeu de hoje dificilmente daria a sua vida por Deus, pela pátria ou pela revolução, mas o faria para defender a sua liberdade ou a vida dos que ama, e, por estas razões, seria capaz de se dar em sacrifício.

Postula, que ao longo do processo histórico, tivemos um movimento de humanização do divino, como foi o caso da declaração dos direitos do homem que, segundo sua maneira de ver, nada mais é do que um cristianismo secularizado.

Por outro lado, afirma que atualmente vivemos um momento de sacralização do humano, pois segundo afirma textualmente: “agora é para o outro homem que podemos, eventualmente, aceitar a assumir riscos” e nos darmos em sacrifício.

Finalmente, Luc Ferry resgata uma visão de filosofia como sabedoria de vida, no sentido de que a filosofia pode ter um sentido maior para a vida do homem, no sentido de levá-lo a uma vida mais feliz e harmoniosa.

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Luc Ferry sob a perspectiva do espiritismo (Ricardo Nunes) REV

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