O alimento da alma, por Antônio Carlos Amorim

Tempo de leitura: 3 minutos

O alimento da alma

Antônio Carlos Amorim

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A nossa existência pode ser tediosa ou venturosa, tanto social como culturalmente – depende de nós. Seja na variedade da alimentação gastronômica, seja na busca de conhecimento, nas mais diversas áreas. Isto, não para sermos especialistas em tudo, mas para termos noção de nossa posição no mundo e, principalmente, a de não sermos enganados por interpretações equivocadas, muito propaladas pelos diversos meios de comunicação, seja pelo despreparo dos profissionais ou pela intencionalidade de disseminar inverdades ou falácias, bem como pelas redes sociais, tão influentes na contemporaneidade.

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“Forjar no trigo o milagre do pão, e se fartar de pão”

(“Cio da Terra”, Milton Nascimento e Chico Buarque).

 “Depende de nós, se este mundo ainda tem jeito

Apesar do que o homem tem feito, se a vida sobreviverá”

(“Depende de Nós”, Ivan Lins).

Preparar o alimento é uma tarefa interminável. Todo dia é necessário, pois dependemos do alimento para continuar existindo. Mas o alimento em nossa mesa não “brota”, magicamente, em nosso fogão, ou na geladeira, ou na despensa. É preciso ser criado, a partir da terra, com aragem, fertilização, semeadura, irrigação, colheita, transporte… e muito trabalho! E, também, respeitando o tempo adequado para cada produto! Mas nenhum de nós dispensa o alimento porque é trabalhosa sua criação, ou é enfadonha sua preparação diária (e, apesar de reclamar, temos de limpar os resíduos da preparação e do consumo, pois o seu abandono leva à proliferação de insetos e roedores).

E o alimento da alma? O quanto nos ocupamos dele, todos os dias? Qual é o alimento mais adequado? E podemos viver de um só alimento, aquele que nos apetece mais, ignorando todos os demais?

Há os que dizem que cultura é inútil, não enche barriga. É verdade, barriga não se enche de ideias, mas a mente sim! E se não aplicamos bons alimentos “mentais”, o espaço disponível é tomado pelos piores, que só nos trazem mal-estar e doenças, física e mentalmente.

A nossa existência pode ser tediosa ou venturosa, tanto social como culturalmente – depende de nós. Seja a de buscarmos a variedade na alimentação gastronômica (como explicam os nutricionistas, quanto mais colorido o prato, mais nutritivo será), seja na busca de conhecimento, nas mais diversas áreas (diversidade, multiculturalidade). Isto, não para sermos especialistas em tudo, mas para termos noção de nossa posição no mundo e, principalmente, a de não sermos enganados por interpretações equivocadas, muito propaladas pelos diversos meios de comunicação, seja pelo despreparo dos profissionais ou pela intencionalidade de disseminar inverdades ou falácias, bem como pelas redes sociais, tão influentes na contemporaneidade.

E quando se trata de escolhermos informações sobre nossa vida espiritual (partindo do pressuposto que já nos certificamos de sua realidade), qual tem sido a nossa busca pelo “alimento”? Há tantas opções disponíveis, não é mesmo? Para nós, particularmente, o Espiritismo nos oferece conhecimentos valiosíssimos sobre temas que são tratados como “mistérios” ou considerados “sobrenaturais”. A Filosofia Espírita os qualificou como naturais – porque a nossa natureza verdadeira é a espiritual, e não a física, provocando uma verdadeira revolução. Entretanto, mesmo entre os que se dizem espíritas, em pleno Século XXI – repetindo o que já se fazia no anterior – há muitos que distribuem equívocos fantasiados de verdade, conceitos alienígenas, místicos e míticos, presos aos dogmas religiosos – e são, assim, iguais aos alimentos processados, de aparência atraente e muito apetitosos, mas “recheados” de substâncias danosas ao organismo…

Como o bom alimento material, alimentarmo-nos mentalmente é tarefa cotidiana, trabalhosa, estafante por vezes, mas absolutamente vital para nossa saúde e equilíbrio. Estudar Espiritismo, revisando conceitos, analisando palestras, mensagens, perscrutando os sentidos pouco notáveis, mas determinantes, pode nos proporcionar alegrias inesperadas, ao percebermos quão saudáveis podemos nos manter.

Foto de Jade na Unsplash

 

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Postagem efetuada por membro do Conselho Editorial do ECK.

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