Lampião e a Lei do Progresso, por Wellington Balbo

Tempo de leitura: 2 minutos

Sobre a Lei do Progresso

Por volta dos anos 30, século passado, o capitão Virgulino Ferreira, mais conhecido como Lampião, elegeu o progresso como um de seus inimigos. Costumava mandar recados aos trabalhadores que abriam estradas pelas bandas baianas: “Ou param a obra ou lhes arranco os pés”.

Ocorreu isto, certa vez, numa estrada que deveria ligar Juazeiro a Santo Antônio da Glória.

Não foram poucas as vezes em que o capitão Virgulino incendiou, no sertão baiano, ferrovias e postos de telégrafos.

Hoje, Juazeiro do Norte, não obstante os ataques de Lampião, é uma beleza de cidade.
Lampião passou…

Recordei-me da Lei do Progresso, em “O livro dos Espíritos”, quando se aborda a possibilidade de o homem deter o progresso.

Dizem os Espíritos que deter o progresso “não rola”, mas que o homem pode atrapalhar um pouco.

O progresso é uma lei da natureza e, sendo lei, portanto, se realiza onde existe vida. Seja no sertão baiano dos anos 30 do século 20, seja agora, em pleno mundo digital ou no mundo dos Espíritos, o progresso segue a sua marcha e, muitas vezes, até apesar dos homens.

A verdade, porém, é que o progresso, principalmente o moral, é bem lento…

Não! Não é necessário nenhum estudo em revista científica renomada para provar isso. Basta, apenas, a observação. Observe-se e verá que o progresso moral é realmente lento.

Um detalhe: esqueça a ideia de que os outros devem notar o seu progresso e exclamar:
– Nossa, como ele mudou!

Poucas pessoas notarão o seu progresso e é bem provável que nem você mesmo note que mudou. Isto porque, como dito antes, ele – o progresso – é lento!

Mas, trago uma boa notícia: ele ocorre e, às vezes, é até imperceptível; porém, ele ocorre.

Claro que há o componente da vontade que pode dar um “gás” nesta mudança, mas não entrarei nesta questão aqui.

Vamos a um exemplo pontual: Se antes eu perdia o autocontrole com 10 minutos de provocação e hoje eu perco o autocontrole com 15 minutos de provocação, tenho dois pontos a considerar:
1 – Ainda perco o autocontrole.
2 – O meu pavio ficou um pouco mais comprido e, embora tropece na mesma casca de banana, esse tropeço não é (mais) tão constante.

Portanto, houve aí um progresso.

Ocorre que ninguém (ou quase) vai ser minucioso a ponto de observar que já progredimos.

Eis, então, que surge o julgamento equivocado: – Você não mudou nada!

Ora, claro que mudou! Basta observar a constância em que, hoje, esse autocontrole é “perdido”.

E se você, eu, nós todos, tivermos a curiosidade de estudarmos a nós mesmos, identificaremos mudanças para melhor, não tenho dúvidas disto.

Por isso e com o aval da licença poética que digo: Errar é humano e persistir no erro é… humano também.

Pois é! Mas, voltemos a Lampião…

Passou o capitão Virgulino Ferreira, o rei do cangaço no Sertão, e o progresso chegou.

Passou Lampião, passaram políticos, poderosos, reis e rainhas…

Passaram doenças, épocas, fases, homens de gênio…

Passará, também, a COVID 19…

Todos passaremos e não deteremos o progresso, pois este é Lei de Deus e, para os que tentam pará-lo, é como agarrar o vento. Ou seja, é impossível…

Basta um olhar sobre a História que o observador cuidadoso verá que o mundo segue, o progresso chega, as coisas mudam, novos dias trazem seus sorrisos e nós… Bem… Nós, assim como quase tudo, também passamos e… progredimos!

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Postagem efetuada por membro do Conselho Editorial do ECK.

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