Esquete do ECK abre o debate das conversas nem sempre fraternas, por Débora Nogueira e Claudia Jeronimo 

Tempo de leitura: 2 minutos

Esquete do ECK abre o debate das conversas nem sempre fraternas

Débora Nogueira e Claudia Jeronimo 

***

O Espiritismo precisa estar sempre em conexão com a ciência, as questões sociais, humanas e de saúde física e mental.

***

O atendimento fraterno – também conhecido como conversa fraterna – nas casas espíritas se constitui em um momento muito mais importante do que muitas vezes se imagina. Cada pessoa que por ali passa, traz uma trajetória, um passado e um presente, por vezes carregado de problemas, sendo que cada uma delas vai em busca de auxílio. 

Há uma regra preciosa para quem efetua esse atendimento: é preciso  ouvir! Porque as pessoas que ficam frente a frente de quem esteja atendendo precisam falar e, ao orientador (como é chamado em muitas casas), cabe ouvir e não “dar palpites”, muito menos “sermões”. E, se for o caso, após a oitiva, deve ser o paciente ser encaminhado ao atendimento espiritual. Vale salientar que, em muitas situações, o problema não é necessariamente espiritual, mas de saúde.

Quando se verifica isso, é oportuno encaminhar a pessoa para uma unidade pública de saúde, e é bem comum que as pessoas nem tenham conhecimento de quais atendimentos estão disponíveis. Da mesma forma, o responsável pelo atendimento, na instituição, deve estar sempre atento a assuntos diversos, desde problemas de saúde física e mental até questões políticas e sociais. 

Não é preciso, pois, ser qualquer expert em determinados temas, mas, sim, estar consciente de que, ao atender, deve possuir referências acerca de assuntos diversos, desde que pertinentes aos fatos relatados.

Ainda assim, em tempos de tantas certezas e verdades absolutas há que primar pelo bom senso. Não é por outro motivo, aliás, que o maior expoente do Espiritismo, Allan Kardec, foi alcunhado de “bom senso encarnado”.

Dramatização de um caso real

Recentemente, para a comemoração dos oito anos do Coletivo Espiritismo COM Kardec (ECK), fizemos um esquete teatral que está disponível, em vídeo, no nosso canal do YouTube. Nele, foi apresentado um caso real em que a pessoa assistida na instituição espírita, como ocorre com muitas outras pessoas que adentram tais ambientes, foi enviada diretamente para um tratamento de desobsessão. Você pode acessar o vídeo no YouTube do ECK

Lamentavelmente, a atendente, na vida real, sequer questionou acerca de sua família, trabalho ou saúde pessoal. Simplesmente, o “diagnóstico” foi: portadora de problemas espirituais.

Situações como essas podem ser graves e, em certos casos, se encaminharem para uma tragédia, dependendo do atendimento que seja fornecido. Além disso, as expressões obsessão/desobsessão possuem estigmas que podem provocar traumas psicológicos e desembocar em outros problemas, mais graves.

Voltando à teatralização, o caso que motivou o esquete teve um final positivo, que convidamos você a assistir. Fica aí uma reflexão importante de que o Espiritismo precisa estar sempre em conexão com a ciência, as questões sociais, humanas e de saúde física e mental. 

Diante de uma sociedade que muito adoece com a falta do olhar para si e de cuidar de suas mazelas , uma pessoa sem perspectiva, sem esperança e sem conseguir enxergar nenhuma oportunidade, muito menos a possiblidade de resolver seus problemas, precisa de ajuda qualificada. E esta ajuda requer empatia, temperança, bom senso e o verdadeiro acolhimento material e espiritual.

Por isso, muito cuidado com certas conversas, nem sempre muito fraternas…

Imagem de Gerd Altmann por Pixabay

Written by 

Postagem efetuada por membro do Conselho Editorial do ECK.

Deixe um comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *

Este site utiliza o Akismet para reduzir spam. Saiba como seus dados em comentários são processados.