Por Manu Fernandes
Na vivência espiritual ou no mundo material, saber o que levar na viagem é essencial.
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Quando a gente pensa em “apetrechos de viagem”, vem logo à mente uma lista de coisas como power bank, adaptador, fone de ouvido, etc. Mas se desta vez a bagagem for feita só de sentimentos?
Aqui vão cinco “companheiros invisíveis” para levar no peito e, por experiência própria, digo que garanti-los é tão essencial quanto conferir se o passaporte está na mala.
Coragem
A coragem é como se fosse o calçado que te faz pisar em ruas estranhas sem hesitar. É o impulso de falar “bom dia” num idioma que ainda soa estranho, de encarar aquele prato diferente, de embarcar sem roteiro fixo. Sem coragem, o mapa vira apenas um papel. Com ela, cada passo vira descoberta de um mundo desconhecido.
Flexibilidade
Muito mais útil que um adaptador universal, essa qualidade te salva quando o voo atrasa, o trem quebra ou o quarto reservado some do sistema. Ser flexível é sorrir diante do imprevisto, acolher o improviso e transformar perrengue em história divertida. No fim, são as adaptações que rendem boas memórias porque a vida também é sobre o imprevisível.
Respirar fundo
O botão de pausa que todo viajante precisa apertar de vez em quando. Engana-se quem acredita que viajar é só movimento. Inspirar, expirar, acalmar o coração antes de um mergulho no desconhecido. Esse pequeno gesto vira seu porto seguro em aeroportos lotados, no ápice da fadiga ou naquele trecho de estrada que desafia os nervos.
Curiosidade
A lente que amplia o comum até torná-lo extraordinário. É querer conhecer a ruazinha sem nome, provar o quitute local, puxar papo com um desconhecido. Com curiosidade, até a esquina mais simples pode se transformar no melhor capítulo da sua jornada. Afinal, são tantas as histórias marcadas em cada canto.
Gratidão
Aquilo que transforma cada experiência com leveza. Sabe aquele sorriso diante de um pôr‑do‑sol inesperado? É o sentimento de privilégio por estar ali. Com gratidão, cada pequeno detalhe, um Wi‑Fi que funciona, um quarto cheiroso, um raio de sol pela janela, uma mensagem de um amigo com saudade.. tudo isso vira ouro.
Se daqui a alguns anos você acessar as lembranças, não serão os objetos que você levou que vão voltar primeiro à memória, mas o tanto que seu coração bateu mais forte em cada esquina. Então, na próxima viagem, ao invés de só encher a mala com as roupas, também faça espaço para esses cinco apetrechos: coragem, flexibilidade, respirar fundo, curiosidade e gratidão. Eles não cabem em gavetas nem pesam na mala; mas sem eles, qualquer destino perde parte da graça.
Manu Fernandes é publicitária, formada na Universidade Regional de Blumenau – FURB; criadora de conteúdo de viagem e sobre modo de vida. @fernandesmanu/
Imagem de Pheladi Shai por Pixabay