“Uma só garantia séria existe para o ensino dos Espíritos: a concordância que haja entre as revelações que eles façam espontaneamente, servindo-se de grande número de médiuns estranhos uns aos outros e em vários lugares”.
Allan Kardec
(“O Evangelho segundo o Espiritismo”, Introdução, Item II).
Como implementar o Controle Universal dos Ensinos dos Espíritos na atualidade?
Existe uma resistência muito grande por parte do Movimento Espírita Brasileiro (MEB) em retomar o trabalho de Kardec. Não se sabe ao certo se isto é comodismo ou medo de ver descer ladeira abaixo todos os “supostos ensinamentos” publicados nas ditas obras “complementares”, sem controle algum, chegadas através de espíritos pseudossábios.
O controle universal instituído por Kardec requer trabalho, disciplina e comprometimento. Não basta boa vontade; exige profundo conhecimento da doutrina. Na pergunta 283, de “O livro dos Médiuns”, por exemplo, os espíritos afirmam que não há animais em erraticidade. Se encontramos informação contrária em qualquer mensagem, venha através de quem vier, há que se usar a lógica e o bom senso, como nos fala o codificador no livro “O que é o Espiritismo”, capitulo II, item 99: “ Dois meios podem servir para fixar as ideias sobre as questões duvidosas: o primeiro, é submeter todas as comunicações ao exame severo da razão, do bom senso e da lógica”…
Fica claro, então, que não importa se o médium é um homem bom, se tem vasto trabalho assistencial ou coisa que o valha. O medianeiro é um homem como qualquer um de nós, sujeito a falhas. Da mesma forma, o espírito desencarnado não passa a ser espírito superior porque deixou o mundo físico. Todos podemos cometer erros. Daí a necessidade de observarmos atentamente tudo que chega a nossas mãos, ainda que vindo de nós mesmos.
Só existe uma doutrina espírita, aquela trazida pelos espíritos superiores e publicada por Allan Kardec. Já passou da hora de retomarmos seus métodos, afinal a doutrina é progressista. Se a tecnologia aproxima pessoas, facilitando fraudes, impossibilitando a comparação e consequente veracidade de notícias trazidas do plano espiritual, ao mesmo tempo, através de diferentes médiuns, o mínimo a ser feito é usarmos razão, lógica e bom senso, sempre embasados nas obras kardecianas, antes de darmos credibilidade e publicidade ao que nos chega às mãos.
Só avançaremos no conhecimento a respeito das questões espirituais da vida, quando nos dispusermos a submeter tudo que nos chegar às mãos a um estudo comparativo, analisando não apenas o caráter moral dos medianeiros, mas também sua coerência com o que a ciência material nos trouxer de novo e o que os espíritos superiores ditaram a Kardec.
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