O Espiritismo possui uma visão específica do homem e do mundo e, nessa perspectiva se tem desenvolvido esforços para caracterizá-la como uma teoria firmemente voltada para a realidade existencial humana, corpórea, para solucionar as questões (problemas) sociais, sem descurar da sua dimensão espiritual.
Uma doutrina social espírita deve ser objetiva, eliminando, tanto quanto seja possível, ambiguidades. Naturalmente, ao contrário da tese do materialismo histórico, verá o homem como um Espírito em crescimento e reencarnante, sem descartar o reconhecimento da realidade construída pelo homem ao longo de seu caminho pela A verdade reencarnacionista será uma janela para ver o homem além da barreira do nascimento, trazendo para a realidade existencial, para o aqui e o agora, e não como uma fuga para o passado.
Para um modelo ideal de sociedade o Espiritismo repele qualquer tipo de ditadura, fixando-se na democracia, importando-se com o conteúdo das metas e objetivos socialmente definidos, tendo em vista sua filosofia e seus princípios básicos.
A proposta espírita não se comportará negligenciando a realidade, não tentará cobrir o comportamento humano como verniz de sublimações conseguidas pela negação do Ser. Ao contrário, pelo desabrochamento, o que equivale dizer, compreender sua natureza instintiva, em processo de crescimento. Influenciará nos conceitos de vida e, portanto, na concepção de sexualidade, de família, de sociedade, isto é, forçará a reestruturação cultural.