Marcelo Henrique
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A fala de Lula na ONU segue ecoando em nós, num libelo necessário contra todo e qualquer desrespeito e preconceito: racismo, misoginia, aporofobia, homofobia, transfobia, xenofobia, associando-se à expressão sincera do homem Rivail-Kardec, quando exortou acerca da imperiosa necessidade da prática da grande lei de amor e de fraternidade que irá reger o mundo, para o reino da paz e da concórdia, sem quaisquer distinções de seitas, castas, ideias ou cores.
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Preliminares
“O Espiritismo é o caminho que conduz à renovação, porque arruína os dois maiores obstáculos que a ela se opõem: a incredulidade e o fanatismo. Ele dá uma fé sólida e esclarecida; ele desenvolve todos os sentimentos e todas as ideias que correspondem às vistas da nova geração, e é por isso que ele é inato e existe em estado de intuição no coração de seus representantes. A era nova vê-lo-á, pois, crescer e prosperar pela própria força das coisas. Ele constituirá a base de todas as crenças, o ponto de apoio de todas as instituições”.
Allan Kardec
(“Instruções dos Espíritos sobre a regeneração da humanidade”, “Revue Spirite”, Outubro/1866).
A estrutura filosófica do Espiritismo tem sua base fundamental em “O livro dos Espíritos” (OLE). Do conjunto de princípios e fundamentos espíritas – entendendo como funciona a dinâmica das Leis Universais – depreende-se a importância de um duplo complexo progressivo: o das individualidades e o das coletividades (estas como somatório das primeiras).
O Espírito, assim, nas existências sucessivas vai conquistando, por meio de suas experiências – erros e acertos –, os ilustrativos degraus de sua trajetória progressiva, onde, pela dicção das Inteligências Superiores, em inteligência e moralidade (como expresso, exemplificativamente, nos itens 100 e seguintes de OLE). E, a partir do paradigma da comunicabilidade (e das próprias relações que se estabelecem entre os Espíritos, marcadamente entre encarnados e desencarnados), se formam vínculos e simbioses importantes.
De forma emblemática, registre-se a inteligente pergunta de Kardec (OLE, item 519): “As aglomerações de indivíduos, como as sociedades, as cidades, as nações, têm Espíritos protetores especiais?”. Dela, adveio a seguinte resposta: “Têm, pela razão de que esses agregados são individualidades coletivas que, caminhando para um objetivo comum, precisam de uma direção superior”. E, reforçando a ideia expressa no parágrafo antecedente, tais Espíritos protetores se ligam com dirigentes políticos das sociedades cidades e nações, personagens destacados da ambiência física.
É importante repisar essa diretriz, inclusive para demonstrar a comunhão de propósitos entre uns e outros, para que se alcance o tal “objetivo comum”, o qual não pode ser dissociado da chamada Ética Social – com o bem sendo acessível a todos!
Os povos, seus líderes e o progresso
Grande parte dos Espíritos que coabitam o mundo físico-espiritual, vinculados à “atmosfera espiritual” do planeta (no nosso caso, a Terra, de expiações e provas), pertence à categoria espiritual associada ao orbe. Folheando as páginas de OLE, no que concerne à Escala Espírita (que, didática e sugestivamente elenca os distintos níveis progressivos individuais, do mais atrasado ao mais elevado), entendemos o porquê de nos espelharmos em nossos dirigentes/líderes, e vice-versa. O (re)conhecido adágio “cada povo tem o governo que merece” não deve ser interpretado apenas de forma pejorativa ou jocosa, mas, de fato, ilustra o quanto nos identificamos com determinados indivíduos que ascendem a posições de destaque na sociedade.
Numa nação, considerado o povo que a compõe, inexistem acasos ou elementos fortuitos. Há, fortemente, um elemento de agregação entre as pessoas que se encontram situadas como “nacionais”, seja na terra de origem (nascimento) seja no país que escolheram para viver, estudar, trabalhar e criar filhos. Em “O que é o Espiritismo” (OQEOE), Capítulo III, no item 142, dissertando sobre a solução de problemas utilizando a filosofia espírita, o caráter distintivo entre os povos se explica pela composição de um contingente de “Espíritos que têm mais ou menos os mesmos gostos e inclinações, que encarnam em um meio simpático e, muitas vezes, no mesmo meio em que podem satisfazer as suas inclinações”.
Como indivíduos somados constituem agrupamentos populacionais e, mais especificamente, integram povos de nações, devemos relembrar que as Inteligência Invisíveis já teriam afirmado que indivíduos e coletividades vivem, ao mesmo tempo, a vida do corpo e a da alma e que “Aqueles cujas leis se harmonizarem com as leis eternas do Criador, viverão e servirão de farol aos outros povos” (OLE, item 788).
Este artigo tem como inspiração o recente do presidente da República Federativa do Brasil, Luiz Inácio Lula da Silva, na ONU [1], que nos serve como referencial exemplificativo em duplo espectro – tanto no contexto nacional-material-encarnatório, como representante do povo e do governo brasileiros, como no quadrante espiritual, considerando a missão de governança, no sentido da explanação das Inteligências Invisíveis a Kardec, de que os governantes devam guiar seus povos para condições melhores que as do presente e, em assim agindo, influenciam mudanças significativas em outros países e na própria sociedade planetária.
Dirigir um país, assim como uma empresa ou uma organização familiar, portanto, também encartam a categoria de missões espirituais, umas maiores, outras menores, compondo, ao lado das expiações e provas, o conjunto das experiências a que todos, indistintamente, estamos sujeitos. E, quanto melhor executamos nossas atividades, cumprindo com nossas responsabilidades, logramos êxito na escala progressiva individual e influenciamos decisivamente os progressos coletivos.
De outra sorte, considerando a mola do progresso que a tudo precede e estrutura, assiste razão à lógica espírita contida em OQEOE, Capítulo III, Item 143, para a qual “À medida que uma geração dá um passo para frente, atrai por simpatia Espíritos mais avançados, os quais são, talvez, os mesmos que já haviam vivido no mesmo país e que, por seu progresso, dele se tinham afastado; é assim que, passo a passo, uma nação avança. Se a maioria dos seus novos habitantes fosse de natureza inferior e os antigos emigrassem diariamente e não mais descessem a um meio inferior, o povo acabaria por degenerar, e, afinal, por extinguir-se”.
A Democracia e as alternâncias de poder
Diz o adágio popular: “vox populi, vox Dei”. Numa tradução simples, o bordão é “a voz do povo é a voz de Deus”. O sufrágio eleitoral registra, assim, de tempos em tempos, o direito de escolha da população entre o rol de candidatos disponíveis, para as funções representativas político-sociais nos poderes Executivo e Legislativo.
É este povo, soberano em suas opiniões e escolhas, nos sufrágios eleitorais, quem escolhe seus representantes políticos. No nosso caso particular, desde a redemocratização de nosso país, que iniciou em 1985 (portanto, há apenas 40 anos, superando duas décadas de governos ditatoriais!) e se materializou plenamente a partir da eleição presidencial de 1989, o Brasil vem experimentando a regularidade democrática – mesmo que haja, aqui ou ali, percalços e ameaças. Como a que recentemente (desde 2022) vivenciamos e o Supremo Tribunal Federal (STF) tem julgado o núcleo golpista [2].
Eleições vão e vem e é salutar que haja alternância de pessoas e agremiações partidárias (partidos políticos), oxigenando a própria democracia e evitando o totalitarismo de ditaduras. Ideal é que projetos de governo e gestão sejam apresentados e, após o resultado eleitoral e a posse dos vencedores, sejam realizados a fiscalização e oi acompanhamento permanentes, inclusive com o emprego da ferramentas constitucionais e legais para a denúncia de atos irregulares, de improbidade e de corrupção às instâncias competentes.
O que não se pode afastar é a “vitória dentro das quatro linhas da Constituição Federal” – um curioso dito de certo político, ora condenado justamente por tentar desrespeitar a democracia, é verdade – o que nos remete a um conjunto de direitos que principia com o credenciamento à eleição, a recepção (eletrônica) dos votos, a apuração computacional dos votos, a proclamação do resultado final, a diplomação dos eleitos e se conclui com a posse destes últimos.
A gestão pública
Há os que pensam que um governo de uma nação é algo pessoalizado. Ou seja, para o cidadão comum, tudo passa pelo presidente da República e a ele deve ser imputado como responsabilidade pessoal. Evidentemente que a condição de gestor público, da cidade até o país, importa a assunção de múltiplas responsabilidades e deveres legais. Mas há alguns contornos importantes.
O Brasil adota o regime tripartite de poder, concebido pelo francês Montesquieu e que se consolidou nas democracias contemporâneas. Em outras palavras, os três poderes constitucionais (Executivo, Legislativo e Judiciário) tem competências e atribuições contemporâneas, com o salutar sistema de freios e contrapesos em que cada um dos poderes realiza o controle dos demais. Essa corresponsabilidade é importante para entender que qualquer administrador, agente político ou servidor público está condicionado a regras constitucionais e legais e, em resumo, ninguém faz apenas o que quer, está em sua cabeça ou decorre de sua vontade (pessoal).
Obviamente, no caso dos governos – e vamos utilizar a referência federal – o governo do Brasil tem a “cara” de seu presidente e é natural e legal que assim o seja, desde que não haja o desrespeito ao conjunto de princípios e normas jurídicas. E, ainda, se isto ocorrer, que se alce mão dos remédios constitucionais para a responsabilização dos agentes políticos.
O governante e sua performance mais recente
Você pode não gostar de Lula da Silva. Pode ter diferenças em relação ao “modelo” de governante que você preferiria estivesse à frente de nosso país. Pode reconhecer, em nossa história republicana, outros estadistas com contribuições relevantes e que, cada um no seu tempo, prodigalizou avanços/progressos sociais, culturais, administrativos. Pode, também, se afiliar a movimentos políticos (esquerda, direita, centro e suas variantes) e, com os direitos correlatos, estar filiado a partidos políticos – sejam os que formam a base do atual governo, como aliados, ou os que se situam na oposição. Não importa! Tudo é possível no pluralismo democrático e a dialética nos permite examinar tudo e todos.
Todavia, você não pode ficar “imune” ou distanciado do recente discurso do Presidente da República ocorrido no dia 23 de setembro de 2025, em sede da assembleia da ONU [1]. Ainda que a ONU seja uma entidade protocolar, em regra, a instituição e seus “departamentos” são responsáveis por muitas das situações do passado e do presente, em termos de convivência política, econômica, tecnológica, entre países e seus povos. Representa, o fórum, a oportunidade de enfileiramento, diálogo e interação entre os representantes estatais de todo o mundo, sendo, inclusive, propício para a celebração de acordos, deliberações e tratados, aos quais as nações livremente aderem (ou não).
De outra sorte, diante dos gigantescos problemas que a convivência humana no planeta proporciona e encarta – e, neste Século XXI, ainda mais complexos e de difícil equacionamento, como as guerras em curso e a perspectiva de uma mudança significativa da condição de Estado proeminente e referência econômica mundial (em que se destaca a queda do império americano e a ascensão da China, por exemplo, sem desconsiderar a posição de outras “potências” econômicas no grande tabuleiro planetário), a ONU (e suas assembleias) simboliza a existência de canais dialógicos e referências teórico-práticas que não podem (nem devem) ser desprezadas.
O discurso e seus sinais
Em uma fala de aproximadamente dezoito minutos, na abertura, Lula principia por destacar a natureza do evento global, na Organização das Nações Unidas (ONU), mencionando as características da celebração entre os povos/nações independentes e a condição de símbolo da luta da Humanidade pela paz e pela prosperidade. Elementos que, singularmente, não se opõem, inclusive quando se remete à diretriz da Doutrina dos Espíritos, quando destaca a necessidade da existência de guerras, quando estas são direcionadas à liberdade e ao progresso (Item 744, de OLE), afirmando que tais irão desaparecer da face da Terra “quando os homens compreenderem a justiça e praticarem a lei de Deus”, representando, assim, neste tempo futuro, que “todos os povos serão irmãos” (OLE, Item 743).
Neste curso progressivo, em “A Gênese” (Capítulo XI, Item 26), Kardec volta a ponderar acerca dos adiantamentos individual e coletivo: “O progresso moral de um globo acompanha o de seus habitantes” e os indivíduos se aperfeiçoam “em virtude de seu livre-arbítrio”. Em sendo a Terra, ainda, na comunidade dos mundos habitados, “um dos menos adiantados”, com “Espíritos relativamente inferiores, a vida corporal é mais penosa do que em outros, embora existam mundos ainda mais atrasados” do que ela.
Paz e progresso, assim, não são contraditórios nem indissociáveis. Pelo contrário, o progresso deve levar à paz e esta pode propiciar, por meio do sentimento e das ações de fraternidade entre os povos (países), a cooperação para a solução dos mais diversos problemas existenciais dos encarnados, melhorando a vida físico-material de inúmeros indivíduos e coletividades.
Lula também ressalta a circunstancialidade presente na atualidade planetária de ameaça aos ideais formadores/mantenedores da ONU, salientando a encruzilhada em que se situa o necessário multilateralismo, em combate aos arroubos de governantes que pregam e praticam o unilateralismo e, com isso, colocam em xeque a autoridade da organização e ameaçam a democracia (global). Em especial, ele salienta os atentados à soberania e o uso de instrumentos econômicos (com sanções arbitrárias e intervenções unilaterais), considerados componentes altamente danosos ao mundo.
O claro recado direcionado aos autoritarismos e a omissão diante de arbitrariedades que ameaçam a Paz, a Soberania e o Direito se dirige à prevenção de trágicas consequências que são suportadas não por alguns povos/países, mas por toda a Humanidade.
O presidente do Brasil segue denunciando as atitudes que visam subjugar as instituições e sufocar as liberdades, assim como cultuar a violência e exaltar a ignorância por meio de milícias físicas e digitais, além da sempre perigosa e nefasta tentativa de, aqui ou ali, se cercear a imprensa. Neste sentido, destacou a resistência do Brasil a tais ataques e a defesa de sua democracia (conquistada há quarenta anos), diante do que chamou de “ataques sem precedentes”.
“In verbis”: “Não há justificativa para as medidas unilaterais e arbitrárias contra nossas instituições e nossa economia”. Tais medidas, sobretudo as derivadas de ações do governo dos Estados Unidos da América, no contexto econômico, objetivaram fragilizar as instituições públicas e privadas de determinados países. E não ficaram, apenas, no plano econômico, porquanto objetivaram, com outras sanções diplomáticas, atacar a independência do Poder Judiciário brasileiro, numa tentativa vã de perpetrar a ilegal ingerência em assuntos internos nacionais, auxiliada, no contexto do nosso país, por uma “extrema-direita subserviente e saudosa na manutenção de antigas hegemonias”, com falsos patriotas arquitetando e promovendo “publicamente ações contra o Brasil”.
O claro recado contra a impunidade e na direção da paz social e no respeito aos direitos de todos
Lula foi cirurgicamente pontual e claro: “Não há pacificação com impunidade”, referindo-se ao recente julgamento que apenou os “mentores” de um golpe de Estado fracassado, cujo detalhamento também já foi abordado por nós, neste Portal [2].
Segue Luiz Inácio:
“pela primeira vez em 525 anos da história (brasileira), um ex-chefe de Estado foi condenado por atentar contra o Estado Democrático de Direito”, após ser “indiciado, investigado, julgado e responsabilizado por seus atos, em um processo minucioso”, com as garantias do “amplo direito de defesa, prerrogativa que as ditaduras negam às suas vítimas”. E, “Diante dos olhos do mundo”, num claro “recado a todos os candidatos autocratas e àqueles que os apoiam: nossa democracia e nossa soberania são inegociáveis” (grifos do original).
O Brasil, portanto, na dicção lulista e na nossa percepção de cidadãos livres e politizados, segue como “nação independente e povo livre de qualquer tipo de tutela”, na manutenção do patamar já alcançado de uma sólida democracia – que vai “além do ritual eleitoral”, pois “Seu vigor pressupõe a redução das desigualdades, a garantia dos direitos mais elementares: a alimentação, a segurança, o trabalho, a moradia, a educação e a saúde”.
Lula também condena a diferença de salários entre mulheres e homens, a misoginia e os crimes hediondos, onde as primeiras “morrem pelas mãos de parceiros ou familiares”. Mas também dá outro claro recado ao imperialismo ianque que, desrespeitando a métrica global de respeito e amparo aos estrangeiros, pratica uma xenofobia explícita, condenável e imperdoável e “fecha suas portas e culpa os migrantes pelas mazelas do mundo”. Para sentenciar: “A pobreza é tão inimiga da democracia quanto o extremismo”.
Há outras guerras
Como um estadista de visão e atuante em questões sociais, Lula ressaltou a condição do país, em 2025, de sair do mapa da fome, conforme atesta a FAO (órgão das nações unidas para a alimentação e a agricultura), destacando haver no mundo, ainda, “670 milhões de pessoas famintas”, assim como “2,3 bilhões de pessoas enfrentam insegurança alimentar”. Repisemos a resposta das Inteligências Invisíveis a Kardec, que validam a postura do governo do Brasil: “Numa sociedade organizada segundo a lei do Cristo, ninguém deve morrer de fome” (Item 930, de OLE). Esta é uma guerra a ser travada todos os dias, a qual a Humanidade não pode sair derrotada!
Segue, Lula: “A única guerra em que todos podem sair vencedores é a que travamos contra a fome e a pobreza. Esse é o objetivo da aliança global que lançamos no G20, que já conta com o apoio de 103 países. A comunidade internacional precisa rever suas prioridades: reduzir os gastos com guerras e aumentar a ajuda ao desenvolvimento; aliviar o serviço de dívida externa dos países mais pobres, sobretudo os africanos; e, definir padrões mínimos de tributação global para que os super-ricos paguem mais impostos que os trabalhadores”.
Importante salientar as demais guerras da atualidade planetária, quando o dirigente do nosso país afirma que “A democracia também se mede pela capacidade de proteger as famílias e a infância”, de um inimigo que tem se tornado voraz, implacável e devastador: “As plataformas digitais trazem possibilidades de nos aproximarmos como jamais havíamos imaginado, mas têm sido usadas para semear intolerância, misoginia, xenofobia e desinformação”. Por isso, diz Lula: “A internet não pode ser “terra sem lei”. Cabe ao Poder Público proteger os mais vulneráveis. Regular não é restringir a liberdade de expressão: é garantir que o que já é ilegal no mundo real seja tratado assim no ambiente virtual”, para coibir crimes como “fraudes, tráfico de pessoas, pedofilia e investidas contra a democracia”, destacando que o Parlamento brasileiro promulgou “uma das leis mais avançadas do mundo voltada à proteção de crianças/adolescentes na esfera digital”.
Inteligência Artificial
Como o Portal ECK tem seguidamente destacado [3], é preciso atuar com Ética na Inteligência Artificial (IA), para que os usos e os resultados possam ser benéficos para todos e inclusivos, afastando a Humanidade da Indigência Cibernética.
O presidente do Brasil também abordou essa preocupação: “Para mitigar os riscos da Inteligência Artificial, apostamos na construção de uma governança multilateral em linha com o Pacto Digital Global aprovado neste Plenário, no ano passado”.
O referido pacto [4], lançado em setembro de 2024, pretende ideal e praticamente assegurar que o uso das tecnologias digitais seja responsável e resulte em benefício para todas as pessoas. A proposta, assim, visa à diminuição da exclusão digital e, a partir do compromisso dos países aderentes, na defesa do direito internacional e dos direitos humanos online, inclusive pela adoção de medidas concretas para tornar o espaço digital seguro e protegido. Isto com as importantes contribuições críticas do setor privado, das comunidades técnicas, dos pesquisadores e da sociedade civil para a cooperação digital global.
As polarizações ideológicas e o Estadismo necessário
Lula ainda ressaltou a circunstância perniciosa atual derivada da “crescente polarização e instabilidade”, sobretudo na América Latina e Caribe. Em consequência disso, salientou o compromisso prioritário da gestão governamental brasileira em “Manter a região como zona de paz”, salientando que o continente é “livre de armas de destruição em massa, sem conflitos étnicos ou religiosos”. Também destacou ser “preocupante a equiparação entre a criminalidade e o terrorismo”. Por isso, “A forma mais eficaz de combater o tráfico de drogas é a cooperação para reprimir a lavagem de dinheiro e limitar o comércio de armas”, denunciando, outrossim, o uso de “força letal em situações que não constituem conflitos armados”, o que equivaleria “a executar pessoas sem julgamento”, como ocorre em outras partes do planeta, que “já testemunharam intervenções que causaram danos maiores do que se pretendia evitar, com graves consequências humanitárias”.
Exemplificativamente, nosso presidente citou nominalmente a Venezuela, o Haiti e Cuba, assim como a Ucrânia e a Palestina, enaltecendo a importância capital da via do diálogo e de negociações internacionais multilaterais, para a pavimentação de “caminhos para uma solução realista”. Por isso, enalteceu iniciativas em curso, como a Iniciativa Africana e o Grupo de Amigos da Paz, criado por China e Brasil, canais contributivos para a promoção do diálogo. No caso palestino, foi cirurgicamente duro: “Nenhuma situação é mais emblemática do que o uso desproporcional e ilegal da força do que a da Palestina. Os atentados terroristas perpetrados pelo Hamas são indefensáveis por qualquer ângulo, mas nada, absolutamente nada, justificam o genocídio em curso em Gaza. Ali, sob toneladas de escombros, estão enterradas dezenas de milhares de mulheres e crianças inocentes. Ali também estão sepultados o direito internacional humanitário e o mito da superioridade étnica do Ocidente. Esse massacre não aconteceria sem a cumplicidade dos que poderiam evitá-lo. Em Gaza, a fome é usada como arma de guerra e o deslocamento forçado de populações é praticado impunemente”, afirmou.
Complementarmente, Lula salientou a importância de judeus (e, também de não judeus, fora de Israel) em oposição a “essa punição coletiva”, porque “O povo palestino corre o risco de desaparecer. Só sobreviverá como Estado independente e integrado à comunidade internacional: essa é a solução defendida por mais de 150 membros da ONU, reafirmada ontem aqui neste mesmo Plenário, mas obstruída por um único veto. É lamentável que o presidente Mahmoud Abbas tenha sido impedido pelo país anfitrião de ocupar a bancada da Palestina nesse momento histórico. O alastramento desse conflito para o Líbano, para a Síria, o Irã e o Catar, fomenta escaladas armamentistas sem precedentes”.
Ao falar das guerras – e ainda sob a constante ameaça de uma terceira hecatombe mundial – Lula conclama à necessidade da paz ativa, justamente para impedir o império dos unilateralismos e das sanhas insaciáveis de poder, mando e riqueza. Coloca-se, assim, em oposição ao comportamento bélico da maioria que, na dicção das Inteligências Invisíveis, no item 742, de OLE, resulta da “Predominância da natureza animal sobre a natureza espiritual e transbordamento das paixões. No estado de barbaria, os povos um só direito conhecem: o do mais forte. Por isso é que, para tais povos, o de guerra é um estado normal. À medida que o homem progride, menos frequente se torna a guerra, porque ele lhe evita as causas. E, quando se torna necessária, sabe fazê-la com humanidade”.
Um Estadismo, portanto, altamente necessário para o cenário vigente!
E, para demonstrar que a retórica dos encarnados corresponde às exortações apresentadas pelas Inteligências Invisíveis a Kardec, há quase cento e sessenta e cinco anos, repisamos mensagem assinada por Edouard Pereyre, na “Revue Spirite” [5]: “Os povos estão cansados de serem inimigos; compreendem que sua felicidade está na fraternidade e querem ser livres, porque não se podem melhorar e tornar-se irmãos enquanto não forem livres. Não reconheceis à frente de um grande povo um homem eminente, que desempenha uma missão traçada por Deus e prepara os caminhos? Não ouvis os estalos sombrios do velho mundo que se esboroa para dar lugar a uma nova era?”.
O recado, antes e agora, soa com clareza para os que “têm olhos de ver e ouvidos de ouvir” [6].
O Clima Mundial e os esforços de mitigação de efeitos
A autoridade presidencial brasileira não se esqueceu, também, da preocupante situação climática da atualidade: “Bombas e armas nucleares não vão nos proteger da crise climática. O ano de 2024 foi o mais quente já registrado”. E salientou a importância da COP30 (Conferência das Nações Unidas sobre as Mudanças Climáticas), a ocorrer no próximo mês de novembro/2025, em Belém do Pará, no Brasil.
Saliente-se que, igualmente neste escopo, o ECK tem pontuado a correlação entre as balizas espirituais e as atitudes humanas, na Seção “Espiritualidade e Sustentabilidade” [7], para os debates críticos, sob a referência do Espiritismo de Kardec, no sentido da necessária preservação dos ecossistemas terrenos. Lembremos, aqui, a imensa responsabilidade de indivíduos, coletividades, sociedades e Governos, já que, conforme consta do Comentário de Kardec ao Item 707, de OLE, “A Natureza não pode ser responsável pelos vícios da organização social e pelas consequências da ambição e do amor-próprio”. Recado claro à necessidade de novos paradigmas éticos para a preservação ambiental e a redução das mazelas decorrentes de séculos de abusos e destruição natural.
Inácio da Silva, assim, cognominou o futuro encontro sobre clima como a “COP da Verdade”, numa marcante alusão à importância dos líderes mundiais demonstrarem cabalmente o sério compromisso com o planeta. A menção às NDCs (Contribuições Nacionalmente Determinadas) [8], que remontam à COP2021 (Paris) [9], destinados a limitar o aquecimento global ao patamar de 1,5 graus acima dos níveis pré-industriais. Lula salientou o compromisso do Brasil em “reduzir entre cinquenta e nove e sessenta e sete por cento de suas emissões, abrangendo todos os gases de efeito estufa em todos os setores da economia”. E destacou a necessidade dos países ricos, que “usufruem de padrões de vida obtidos à custa de duzentos anos de emissão de gases” também se comprometam a adotar tais padrões.
A importância do pulmão do mundo, a Amazônia
O discurso ainda enfocou a grandiosidade da Amazônia que, em face de medidas governamentais da atual gestão brasileira “já reduziu pela metade o desmatamento na região nos dois últimos anos”. Todavia, ante a “corrida por minerais críticos, essenciais para a transição energética” não é aceitável que se reproduza “a lógica predatória que marcou os últimos séculos”. Assim, o compromisso planetário, das nações que integram a ONU deve ser o de garantir “condições de vida dignas para seus milhões de habitantes”, ao mesmo tempo em que se fomente “o desenvolvimento sustentável”, objetivo, aliás, do “Fundo Florestas Tropicais Para Sempre, que o Brasil pretende lançar para remunerar os países que mantêm suas florestas em pé”.
Lula, assim, com os pés e o coração fincados na conservação (ambiental) do planeta, suscitou que a Assembleia Geral da ONU institua um Conselho específico, “com força e legitimidade para monitorar compromissos”, conferindo “coerência à ação climática”.
Ainda o multilateralismo comercial necessário
Lula também “bateu” forte nas últimas ações perpetradas pelos norte-americanos em termos de barreiras e sobretaxação tributária comercial: “Poucas áreas retrocederam tanto como o sistema multilateral de comércio. Medidas unilaterais transformam em letra morta princípios basilares como a cláusula de nação mais favorecida, desorganizam cadeia de valor e lançam a economia mundial em uma espiral perniciosa de preços altos e estagnação. É urgente refundar a OMC em bases modernas e flexíveis”.
Isto porque nada justifica que se adote um comportamento restritivo em relação ao comércio internacional que se configura como predatório não somente às economias emergentes (do Terceiro Mundo) como as dos países desenvolvidos e em desenvolvimento e penalizam, ainda mais, os países que se encontram economicamente na periferia.
Urge que a Organização Mundial do Comércio, rejuvenescida e de amplo espectro possa regular as transações internacionais, beneficiando os produtores e os geradores da economia, sem privilégios nem exclusões.
A mensagem de paz
Ainda houve tempo para que o estadista brasileiro mencionasse os esforços pela paz e fraternidade, num mundo sem fronteiras e calcado no respeito interpessoal, inter-povos e inter-Estados. Homenageando dois expoentes da contemporaneidade, Silva expressou: “Este ano o mundo perdeu duas personalidades excepcionais: o ex-presidente do Uruguai, Pepe Mujica, e o nosso querido Papa Francisco. Ambos encarnaram como ninguém os melhores valores humanistas. Suas vidas se entrelaçaram com as oito décadas de existência da ONU. Se ainda estivessem entre nós, provavelmente usariam essa tribuna para lembrar que o autoritarismo, a degradação ambiental e a desigualdade não são inexoráveis”.
Por fim, ainda exortou “mulheres e homens de boa vontade” para “vencer os falsos profetas e oligarcas que exploram o medo e monetizam o ódio”, afastando-nos, todos, das “rivalidades ideológicas ou esferas de influência”, propugnando a condição multipolar da ordem internacional do Século XXI, com destacada importância para os entes coletivos: União Europeia, União Africana, ASEAN, CELAC, BRICS e ao G20”, garantindo-se que a “voz do Sul Global” seja respeitada e ouvida”.
Encerrando sua fala, a mensagem final lulista foi: “A ONU tem hoje quase quatro vezes mais membros do que os 51 que estiveram na sua fundação. Nossa missão histórica é a de torná-la novamente portadora de esperança e promotora da igualdade, da paz, do desenvolvimento sustentável, da diversidade e da tolerância”.
À guisa de conclusão, espiritual-espírita
A observação com olhos espirituais-espíritas sobre o atual momento planetário nos endereça a considerar o próprio percurso da Humanidade, desde tempos imemoriais. O homem e a sociedade (civilização) saem de seus estados anteriores, incivilizados ou pouco civilizados para outros, superiores e avançados, “por virtude do progresso e da civilização”. Isto porque o conjunto de Leis Universais é o que “rege a humanidade inteira e o homem se melhora à medida que melhor a compreende e pratica”, como exposto por Kardec em comentário ao item 776, de OLE.
Considerando-se, claramente, que há progressos (intelectual, moral, individual, coletivo), justamente pela ação dos humanos (encarnados) no que são acompanhados pelos desencarnados que cumprem, do Invisível, os desígnios divinos no sentido da aceleração da marcha progressiva, torna-se necessário entender que as luzes espirituais – que o Espiritismo apresenta em sua filosofia – se espargem por todos os cantos do orbe.

Este processo, paulatino e consequente, sempre em ascensão aponta para a necessidade do progresso moral a conduzir o intelectual. Em uma mensagem inserta na “Revue Spirite”, o Espírito “Um filósofo do outro mundo”, assim expressou [10]: “Assim regenerado, o homem poderá ocupar-se mais com seu progresso intelectual. Não mais existindo o egoísmo, as descobertas científicas, que por vezes reclamam o concurso de várias inteligências, desenvolver-se-ão rapidamente”.
Talvez nem Lula – nem a grande maioria de nós – esteja aqui, ali na frente, para constatar que as sementes lançadas vicejaram e produziram frutos “a cem por um” [11]. Barbaret, Espírito, corrobora essa ideia de plantio e colheita, em mensagem inclusa na “Revue Spirite” [12]: “A influência dos homens de gênio sobre o futuro dos povos é incontestável. Nas mãos da Providência eles são instrumentos para abreviar as grandes reformas que, sem eles, só viriam depois de muito tempo. São eles que semeiam os germes das ideias novas, e muitas vezes eles voltam alguns séculos mais tarde, sob outros nomes, para continuar ou completar a obra que começaram”.
A fala de Lula segue ecoando em nós, num libelo necessário contra todo e qualquer desrespeito e preconceito: racismo, misoginia, aporofobia, homofobia, transfobia, xenofobia, associando-se à expressão sincera do homem Rivail-Kardec, quando se dirigiu aos espíritas de Lyon e Bordeaux, em um de seus discursos [13]: “Os bons Espíritos que vos assistem vos dizem todos os dias as mesmas coisas, mas julguei um dever apresentá-las em conjunto, para melhor ressaltar as suas consequências. Venho, pois, em nome deles, lembrar-vos a prática da grande lei de amor e de fraternidade que em breve deverá reger o mundo e nele fazer reinarem a paz e a concórdia, sob o estandarte da caridade para com todos, sem acepção de seitas, de castas, nem de cores”.
Que estejamos, pois, preparados para, independente de nossas “paixões” – pessoais, filosóficas, políticas ou de qualquer outro matiz – darmo-nos as mãos para a tarefa que já começou e que segue em nossa bússola dos dias presentes. Oxalá consigamos que o Espiritismo seja um destacado influenciador dos progressos sociais!
Mãos à obra!
Notas do Autor:
[1] O discurso pode ser assistido e também lido, na íntegra, no endereço: <https://www.gov.br/planalto/pt-br/acompanhe-o-planalto/discursos-e-pronunciamentos/2025/09/discurso-do-presidente-lula-na-abertura-do-debate-geral-da-80a-assembleia-geral-das-nacoes-unidas>. Acesso em 26. Setembro. 2025.
[2] Vide, a propósito, o Editorial ECK que tratou deste tema, disponível em <https://www.comkardec.net.br/anistia-que-e-isso-companheiro/>. Acesso em 26. Setembro. 2025.
[3] Muitos artigos estão disponíveis na Seção “IA em Pauta” tratando desta questão, assim como, adiante, outros conteúdos serão, nela, agregados. Disponível em: <https://www.comkardec.net.br/category/ia-em-pauta/>. Acesso em 26. Setembro. 2025.
[4] O Pacto Digital Global está disponível em: <https://www.un.org/global-digital-compact/en>. Acesso em 26. Setembro. 2025.
[5] Mensagem intitulada “Um Espírito israelita a seus correligionários”, contida na “Revue Spirite”, de Setembro/1861.
[6] Palavras atribuídas à Yeshua, o Magrão, em Mt; 13:9 e 16.
[7] O ECK aborda tais temáticas na Seção “Espiritualidade e Sustentabilidade”, disponível em: <https://www.comkardec.net.br/category/espiritualidade-e-sustentabilidade/>. Acesso em 26. Setembro. 2025.
[8] As NDCs são documentos que detalham a participação individual de cada país para a redução das emissões dos Gases com Efeito Estufa (GEEs) bem como gerar resiliência aos impactos climáticos, importando na alocação de custos necessários para honrar cada compromisso assumido.
[9] O Acordo de Paris configura um tratado internacional sobre mudanças climáticas, sob bases de transformação econômica e social. Tem o caráter de ser juridicamente vinculativo às 195 partes que o subscreveram em 12 de dezembro de 2015, entrando em vigor em 4 de novembro de 2016.
[10] Mensagem “O futuro do Espiritismo”, assinada por Um filósofo do outro mundo, contida na “Revue Spirite”, de Junho/1863, em “Dissertações Espíritas”.
[11] O Evangelho de Mateus (13:23) assim consagra palavras que teriam sido ditas por Yeshua, o Magrão.
[12] Mensagem de Barbaret, intitulada “César, Clóvis e Carlos Magno”, na “Revue Spirite”, de Julho/1862, em “Ensinamentos e Dissertações”.
[13] Texto contido na obra “Viagem Espírita em 1862” (“Discursos pronunciados nas reuniões gerais dos Espíritas de Lyon e Bordeaux”, Item III
Fontes:
Brasil. Planalto. “Discurso do presidente Lula na abertura do Debate Geral da 80ª Assembleia Geral das Nações Unidas”. Disponível em: <https://www.gov.br/planalto/pt-br/acompanhe-o-planalto/discursos-e-pronunciamentos/2025/09/discurso-do-presidente-lula-na-abertura-do-debate-geral-da-80a-assembleia-geral-das-nacoes-unidas >. Acesso em 26. Setembro. 2025.
Gerholdt, M. O. R.; Srouji, J.; e, Alayza, N. O que são as Contribuições Nacionalmente Determinadas (NDCs) e por que são importantes? “WRI Brasil”. Disponível em: <https://www.wribrasil.org.br/noticias/o-que-sao-contribuicoes-nacionalmente-determinadas-ndcs-e-por-que-sao-importantes>. Acesso em 26. Setembro. 2025.
Kardec, A. (2018). “A Gênese”. Trad. Carlos de Brito Imbassahy. São Paulo: FEAL.
Kardec, A. (2004). “O livro dos Espíritos”. Trad. J. Herculano Pires. 64. Ed. São Paulo: LAKE.
Kardec, A. (2011). “O que é Espiritismo”, Trad. Wallace Leal V. Rodrigues. Introd. J. Herculano Pires. 28. Ed. São Paulo: LAKE.
Kardec, A. (1993). “Revue Spirite”. Trad. Salvador Gentile. Revisão de Elias Barbosa. Araras: IDE.
Kardec, A. (2002). “Viagem Espírita em 1862”, Trad. Wallace Leal V. Rodrigues. São Paulo: O Clarim.
ONU. “O Acordo de Paris”. Disponível em: <https://unfccc.int/process-and-meetings/the-paris-agreement>. Acesso em 26. Setembro. 2025.
ONU. “Pacto Digital Global”. Disponível em: <https://www.un.org/global-digital-compact/en>. Acesso em 26. Setembro. 2025.
Capa – Nova York (NY), 23/09/2025 – Presidente da República, Luiz Inácio Lula da Silva, durante a abertura do Debate Geral da 80.ª Sessão Ordinária da Assembleia Geral das Nações Unidas. Foto: Ricardo Stuckert/PR
Quanta lucidez e reflexão neste profundo e rico texto!
Texto impecável! Esse discurso foi digno de um grande estadista e alinhada ao que entendemos por um Espiritismo progressista.
Obrigada pela rica e graticante reflexão, com boa fundamentação nas obras espíritas, sobre o momento em que vivemos. Que tenhamos olhos de ver, ouvidos de escutar e sabedoria com amor para agir!
Num tempo que vemos tantos absurdos e inverdades é bom ver um presidente como um verdadeiro estadista falar em fome, ajuda humanitária e diálogo,assim como o pensamento espírita nos convida. Um respiro diante de tantas atrocidades relatadas e assumidas perante a ONU sob o olhar incrédulo de tantos dirigentes mundiais.
Perfeito. Mesmo estando, ainda, indignada com várias manifestações em prol da defesa do indefensável, injustiças, meses e várias outras colocações. Um oásis se faz presente c as palavras acima.
A voz do povo é a oz de Deus, mas quantas pessoas, visto as redes sociais e manifestações, ainda se dirigem somente nas mentiras e provocações de uma população cega. Seguindo, como se fala no livro, O Carneiro de Panurgio de Adolfo Bezerra de Menezes.
Triste, mas esperançosa com essa leitura.
Parabéns