Maria Madalena: a seguidora fiel, por Maria Cristina Rivé

Tempo de leitura: 2 minutos

Maria Cristina Rivé

Imagem de Karen Nadine por Pixabay

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Madalena é o emblema do feminino. Falar do feminino é falar e é sofrer.
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Ao contemplarmos a História da humanidade nos deparamos com fatos reais e imaginários. Dentre esses alguns lisonjeiros, outros nem tanto. Dizem que a História é contada pelo vencedor, mas não impede que outros olhos percebam e, mesmo secretamente, proponham outra maneira de entendê-la, porque, em geral, imprimimos ao que vivenciamos a nossa maneira de ser.

Madalena é o emblema do feminino. Falar do feminino é falar e é sofrer. Sofrimento sentido e infligido por seres que ainda não aprenderam a conviver. Principalmente, porque somos o fruto de uma cultura machista por excelência. A Doutrina Espírita nos ensina em paralelo, que somos Espíritos em evolução, aprendendo em cada momento e não somente em percalços sentidos, mas também naquilo que impomos por nossas condutas aos companheiros dessa longa jornada.

Para desmistificar a história de Madalena, devemos atuar no imaginário, na feliz oportunidade de revisão dos nossos valores, despindo-nos de preconceitos para, indo além, atuarmos de forma efetiva na sociedade atual, tão carente de valores espirituais. Assim, podemos desenvolver em nós a percepção de que a beleza está em caminhar junto – nem à frente, nem atrás – e que o estado de felicidade é encontrado ao se sentir parte de uma estrutura muito maior: a Criação, na qual tudo está inserido, tudo faz parte e nada deve ficar para trás.

Aprendemos, na cultura judaico-cristã, que Madalena fora uma pecadora, prostituta, torturada (obsediada) por demônios (Espíritos inferiores). Todavia parece não ter sido bem assim. É fato que seu nome seja citado treze vezes no Novo Testamento, porque, segundo estudos, era ela quem melhor entendia o pensamento de Jesus, Inclusive, ela foi aquela que acompanhou o Mestre durante o flagelo e na crucificação, enquanto os seguidores homens ou o negaram ou fugiram por medo e por incompreensão.

Madalena foi uma pregadora e tornou-se santa – aqui se entenda santa sob o aspecto espírita, ou seja, um Espírito mais elevado que os demais. E aí está a importância. Uma mulher como a maior entendedora da obra de Jesus, de seus ensinos e de seu trabalho. O que nos leva a pensar muito além da escravização da figura feminina na História da Humanidade, realizada por seres possuidores do horror ao feminino. É a misoginia mais uma vez incorporada ao transcurso dos seres.

Àqueles que se sentem excluídos, por algum motivo, e àqueles que excluem, eu dedico este texto.

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Nota da Autora: Para conhecer um pouco mais sobre esta grande mulher, sugiro a leitura do livro “O Evangelho de Maria Madalena”, de José Lázaro Boberg. Um livro para sempre… Ora, para sempre. Sim. É para ler e reler. Folhear e estudar. Compreender, aos poucos, e ligá-lo ao momento da vida. Ele desfaz preconceitos e conceitos “pré-estabelecidos”.

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