Marcelo Henrique
Kardec já vivia o seu crepúsculo filosófico espírita quando lançou sua última obra (das fundamentais para o Espiritismo), intitulada “A Gênese”. Nela, logo no capítulo primeiro, item 55, ele sentenciaria o “código de permanência” da Filosofia Espírita – se os espíritas assim o desejassem e praticassem essa diretriz – calcada na necessidade (e não mera opção) de acompanhar o progresso e ficar a par das descobertas científicas, quando, se se provasse que ela estaria equivocada em algum ponto, ela aí deveria se modificar, assim como seria imprescindível à sua permanência no cotidiano humano-planetário, que aceitasse novas verdades cientificamente comprovadas.
Pois uma “nova verdade” aí está, posta, e ela advém da ciência, da tecnologia e da cibernética: a Inteligência Artificial (IA).
É crucial, portanto, não só acompanhar os progressos científicos nesta área como, de forma útil e equilibrada, valer-se das ferramentas existentes (e de outras que surgirem) para associá-la(s) ao conhecimento dito espírita. Isto significa que, além de buscar aproveitar dispositivos, aplicativos e equipamentos que se valem da IA, buscar entender como ela pode ser oportuna para a disseminação do Espiritismo. Não foi por outra razão também Kardec, no mesmo ano de “A Gênese” teria lançado o seu “Projeto 1868” (cujo conteúdo só foi publicizado aos espíritas em 1890, em “Obras Póstumas”), onde ele vaticinou: “Dois elementos hão de concorrer para o progresso do Espiritismo: o estabelecimento teórico da Doutrina e os meios de a popularizar” (grifos nossos).
A IA, assim, é esse portentoso e gigantesco MEIO DE POPULARIZAÇÃO do Espiritismo, quando usada com sabedoria, ou, melhor, é recomendável que o seja, o que exige de nós, na ambiência internética, disponibilizarmos materiais em quantidade e qualidade que possam ser fiéis ao pensamento originário de Kardec e que tenham como intuito promover a (sugerida por ele) continuidade ou progressividade dos ensinos espíritas.
O ECK entende que todos devamos “ficar atentos aos desdobramentos da utilização da IA que será um tema premente no grupo “Espiritismo com Kardec – ECK”. Parafraseando Erasto, continuamos a rejeitar tantos aspectos quanto forem necessários: ferramentas, posturas, posicionamentos, indagações e em um última análise, verdades, do que admitir uma única que seja mentira, enganação, invenção, sofisma, ilusionismo, ou mero blá blá blá”. [ Leia o artigo completo ]
Para debater essas questões, o ECK lança a sua Seção “IA em pauta”, que trará muitos conteúdos e práticas que correlacionam Espiritismo, Espiritualidade e IA.
Imagem de Gerd Altmann por Pixabay