Editorial ECK
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O ECK continua atento aos ataques à nossa democracia nunca antes vistos em nossa história. É preciso que os organismos internacionais e as nações soberanas deem um decisivo basta aos colonialismos e imperialismos de ocasião, nesta terceira década do século XXI.
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Hoje o editorial volta a falar do cara de bronze que ganha nova alcunha: “taxador maluco”. Bem distante do nosso simpático Carimbador Maluco, o Raulzito Maluco Beleza do Bem. Sem planos, projetos ou ideias para aprimorar a democracia no mundo, resta-lhe o papel de patrulheiro do planeta e dos países, com perdão aos patrulheiros. Olhou feio: taxa! Ficou amigo dos meus inimigos: taxa! Quis processar judicialmente meus conhecidos, mesmo com razão: taxa!. Desde de sua posse, Cara de bronze apresentou pouca coisa, fica só na mesa dele assinando taxas, com aquela assinatura padrão photoshop, que só ele gosta. Será que esse nosso Editorial também será taxado?
Brincadeiras à parte — porque só mesmo levando esses absurdos com bom humor — a história da Humanidade sempre se pautou por divisões. O objetivo maior foi direcionado às conquistas e à manutenção ou ampliação dos poderes temporais. O mote é que pode ser variável. A Espiritualidade Superior, quando em contato com Kardec, na delimitação dos conceitos da Filosofia Espírita, apontou como suas causas o egoísmo e o orgulho, ainda proeminentes em indivíduos e coletividades.
Guerra híbrida
O planeta tem enfrentado guerras militares no curso destes dois últimos séculos: algumas pontuais; outras que se estendem na esteira do tempo, podendo ser consideradas praticamente permanentes.
Outras guerras foram e são travadas nos bastidores do poder, alavancadas por instituições fictícias como a outrora IBAD (Instituto Brasileiro de Ação Democrática) — democrática? — uma instituição anticomunista (1959-1963) no Brasil (pasmem!!!), e as operações secretas nos moldes de Condor e Big Brother nas décadas de 50 e 60, realizadas, sobretudo, com o intuito de hegemonia imperialista e colonialista, retratos da ignomínia humana, que formataram ditaduras pelo mundo.
Mas há outras guerras – que não consistem em nenhum “aperto de botão”, nem incluem sangrentas batalhas em “fronts”. Elas estão no âmbito da política internacional, sobretudo no quadrante econômico. Como a tradicional potência que sempre esteve na posição de primazia sente, já há algumas décadas, seu império ruir, outras “armas” aparecem. A chamada “guerra híbrida” surge com força, desta vez utilizando ataques econômicos que derivam do comércio internacional e suas tarifas e ataques ao judiciário brasileiro. Ferramentas que deveriam ser utilizadas apenas e tão-somente para a regulação de mercados, da lei de oferta e procura e da transformação tecnológica e econômico-social, mas que têm se repetido como pérfidos instrumentos de mandatários governamentais e diversos atores de tendências autoritárias.
Déficit cognitivo
Jamil Chade, no UOL, no texto “O Brasil está sob ataque” fala do aparelhamento gigantesco que a extrema direita mundial obteve com a posse do “cara de bronze”, que tem como objetivo “ desconstruir a ordem internacional, os parâmetros civilizatório e, em seu lugar, erguer um mundo à sua imagem e semelhança”.
Nesse contexto, diz Chade, “o Brasil passou a ser o campo de provas dessa ofensiva pelo desmonte de um mundo que, para esses grupos, é um obstáculo. Não se trata aqui de defender ou não Lula. De simpatizar ou não com Alexandre de Moraes. O que está em jogo é a capacidade de a jovem democracia do país sobreviver a um ataque externo e que conta com a ajuda de seus capachos “patriotas”.”.
Esses “patriotas brasileiros”, com aspas, o EKC conhece bem. Dentro ou fora das casas espíritas eles se multiplicam, com delírios incompreensíveis e déficit cognitivo. Desde de 2022, nosso portal tem publicado editoriais e artigos que alertam para essa chaga que impede a nação de crescer e flertar com conflitos seríssimos internos agora agravados por um ataque externo.
Lamentavelmente, aqueles que não conseguem conviver com a livre disposição de bens e riquezas e não aceitam o recrudescimento de sua outrora portentosa e inalcançável posição, agora tentam interferir em democracias, nas políticas internacionais e na própria prática do livre comércio. A sobretaxação de produtos na importação/exportação de bens é a “moeda” da vez.
Firmeza e soberania
Felizmente, o que parecia ser impossível, diante da bipolarização que a política interna impôs à sociedade brasileira – que, na verdade, pode ser entendida como tripolarização porque há, além dos progressistas e dos conservadores um significativo quantitativo de “neutros” (como se fosse possível!) – tem-se uma união dos brasileiros em relação às medidas espúrias do líder ianque. Pesquisa Quaest atesta que, dos entrevistados, 72% consideram totalmente equivocada a imposição de tarifas pelo presidente dos Estados Unidos, na tentativa de defesa de Bolsonaro, e 53% (mais da metade) avalia como correta a aplicação, por Lula, da Lei de Reciprocidade. Notadamente, há um cenário de convergência na defesa da soberania de nosso país.
Todos os dias a crise aumenta. Em uma pauta contínua que transforma o que escrevemos hoje em extrato envelhecido no dia seguinte. A extrema direita brasileira representada pela família infame que nos negamos a dizer o nome, segue sua saga de traição das cores nacionais, da nossa soberania e conquistas civilizatórias. Estamos atentos a esses e aos seus seguidores espíritas ou não.
Espera-se, assim, que tanto o Governo Lula quanto o Supremo Tribunal Federal sigam fortalecidos e mantenham atitudes firmes em relação ao “tarifaço”, na defesa do interesse público nacional e com clareza na comunicação das medidas e decisões governamentais brasileiras, na esteira do multilateralismo, da diplomacia e da democracia.
Infelizmente, mesmo abrindo esse texto com bom humor, é impossível mantê-lo. Então…
O ECK continua atento a esses ataques à nossa democracia nunca antes vistos em nossa história. É preciso que os organismos internacionais e as nações soberanas deem um decisivo basta aos colonialismos e imperialismos de ocasião, nesta terceira década do século XXI.
Pela paz mundial e pelo fortalecimento de cada Estado! Hoje, amanhã e sempre! Sem bravatas, anistias ou condescendências!
Imagem de Clker-Free-Vector-Images por Pixabay
Parabéns ECK por este posicionamento sóbrio e com ênfase na defesa do nosso estado democrático e baseado nos principios libertador do Espiritismo.
Esperamos outros como este nos vários segmentos Espíritas.
“Pela paz mundial e pelo fortalecimento de cada Estado! Hoje, amanhã e sempre! Sem bravatas, anistias ou condescendências!”
Ressalto ainda o parágrafo final deste necessário editorial.
Abraços fraternos.
Nunca melhor dito. Uma nação que existe há 248 anos, a querer continuar a impor a sua prepotência a nações que podem ter mais idade que os seus avós. Ainda não perceberam que o Império que criaram com base na espoliação e saque de países em redor do mundo, está em declínio acentuado, estão desesperados porque as guerras que continuam a provocar, já não são ganhas por eles como outrora. Um Mundo multipolar está a nascer é impossível tentar parar o progresso.