A vocação de ser pai, por Marcelo Henrique

Tempo de leitura: 2 minutos

Marcelo Henrique

Quando o Espírito, no afã de receber a dádiva do retorno à peregrinação terrena, perpassa os registros contidos em seu perispírito e, com o concurso benfazejo dos Amigos Instrutores, programa os principais envolvimentos ocupacionais e as espécies de relacionamentos, um elemento assume especial relevo: o berço familiar.

Passo primevo, base sobre a qual estará sendo edificada a construção intelecto-moral do ser, o lar representa o manancial onde estarão contidas as fundamentais experimentações que a individualidade humana pode realizar, antes de alçar vôos mais altos, no desembaraço das atividades sociais a que todos nos filiamos.

É no lar que encontramos os primeiros laços de companheirismo e, não obstante, é onde passamos pelas iniciais dificuldades de superação pessoal – interior – para, em seguida, confrontarmos nossa personalidade (em formação, ou em fase de despertamento) com a de nossos entes mais chegados. Estamos falando, especificamente, dos embates travados entre seres com bagagens espirituais distintas que, não obstante hajam se comprometido em mútuo auxílio, agem instintivamente buscando primeiro a auto-defesa para depois, mais seguros, se possível, exercerem o amor ao próximo.

Quantas discussões, quantas incompreensões… Dias e noites em que, comumente, batemos portas, gritamos e choramos, ou ficamos “bicudos”. Tudo para, tempos depois, pedirmos escusas ou aceitarmos desculpas… É, quem não passou ou passa por isso? Insistimos, por vezes, em fazer o caminho mais longo, por termos de retornar ao ponto de partida – após o erro – para recomeçar a caminhada.

Lembro-me de um antigo anúncio comercial de tv, no qual o personagem recordava as célebres discussões com seu pai. Este nunca o compreendia! Com a maioridade, saiu de casa. Vitória! – pensava. Doce ilusão da juventude… Adiante, tendo vivido suas próprias lutas, encurralado por suas memórias, lembra ele de todos aqueles (bons) momentos de infância: o primeiro carrinho, a bicicleta, as partidas de futebol, as lições do colégio, feitas após o jornal das oito… Chora, chora copiosamente! Reconhece que foi duro, muito duro com o “velho”. Passa a mão no telefone. O pai atende… Alguns instantes sem fala, o remorso… Vai-se o orgulho… Enfim, o alívio: – Pai, eu te amo!

Que possamos lembrar dos pais como verdadeiros companheiros, mesmo que, na realidade visível de nosso dia-a-dia, tenhamos contratempos e desilusões. Grande parte destes, oriundos de nosso próprio proceder…

Valeu, pai!

Written by 

Postagem efetuada por membro do Conselho Editorial do ECK.

Deixe um comentário para Debora Nogueira Cancelar resposta

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *

Este site utiliza o Akismet para reduzir spam. Saiba como seus dados em comentários são processados.

One thought on “A vocação de ser pai, por Marcelo Henrique