Espiritismo Progressista, por Jon Aizpúrua

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Espiritismo Progressista

Jon Aizpúrua

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Um sistema de pensamento como o Espiritismo, que tem o progresso como uma de suas coordenadas determinantes, não poderia deixar de se identificar como uma opção progressista, um qualificativo construído etimologicamente a partir do termo progresso, que lhe serve de raiz, e que denota em sentido geral tudo aquilo que faz avançar ou que favorece o progresso.

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Nestes últimos anos do século XXI, fica claro que certos setores do movimento espírita internacional têm utilizado com considerável frequência o termo “progressista”, além do termo “Espiritismo”. Notamos isso com particular satisfação, pois essa abordagem sempre foi um princípio norteador em nossa compreensão do perfil filosófico, sociológico e ético da doutrina kardecista.

Não há dúvida de que a noção de progresso, tanto espiritual quanto material, permeia todos os textos básicos que deram origem ao Espiritismo, seja nos conceitos expressos por Allan Kardec, seja nas mensagens transmitidas pelos Espíritos. A compreensão de Deus e do universo, do Espírito e da matéria, da evolução geral, da vida e do ser humano, da formação das sociedades, bem como a crença no progresso incessante, é o que dá sentido e significado à existência e ao devir, e ao impulso incessante de alcançar estágios mais elevados na conquista de degraus sucessivos e mais elevados no caminho infinito da perfeição.

A Lei do Progresso foi apresentada por Kardec em “O livro dos Espíritos” como uma das referências essenciais no campo da evolução universal. Aplicada especificamente à humanidade, ela postula que progredimos incessantemente, sem possibilidade de retorno, e que a crença de que pode haver regressão é um aparente erro de perspectiva, pois, se olharmos o quadro geral, devemos confirmar o progresso.

Ao desenvolver este importante tema, Kardec considera essencial distinguir entre progresso intelectual e progresso moral, reconhecendo que ambos se complementam, embora nem sempre andem de mãos dadas. Isso deve ser sempre levado em conta na avaliação das diversas formas de comportamento adotadas por indivíduos e sociedades. Para o fundador do Espiritismo, não havia dúvida: sem descuidar da preparação intelectual, o que dá o tom do verdadeiro avanço é o progresso moral, tanto que ele determina o alcance do progresso social para a humanidade como um todo.

Portanto, um sistema de pensamento como o Espiritismo, que tem o progresso como uma de suas coordenadas determinantes, não poderia deixar de se identificar como uma opção progressista, um qualificativo construído etimologicamente a partir do termo progresso, que lhe serve de raiz, e que denota em sentido geral tudo aquilo que faz avançar ou que favorece o progresso.

Espiritismo progressista: uma concepção dinâmica, contemporânea, avançada, aberta aos avanços do conhecimento geral, disposta ao diálogo intercultural e sensível às necessidades materiais e espirituais do ser humano.

Falar em Espiritismo progressista é dizer que o Kardecismo é visto como uma concepção dinâmica, contemporânea, avançada, aberta aos avanços do conhecimento geral, disposta ao diálogo intercultural e sensível às necessidades materiais e espirituais do ser humano, e não como uma concepção estática, conservadora, imóvel, fatalista, mística, encerrada na crença de ser repositório de verdades completas ou definitivas, e, portanto, alheia à própria noção de progresso eterno.

O termo “progressista” é, portanto, apropriado e oportuno na carta de apresentação do espiritualismo do nosso tempo, como uma proposta que satisfaz a necessidade de combinar o progresso moral e material, o cultivo dos sentimentos e a educação do pensamento, e a promoção de uma espiritualidade livre e aberta, aliada a uma racionalidade criativa e sem preconceitos.

Uma advertência, porém, é essencial. É importante separar o uso do termo “progressista”, quando aplicado ao Espiritismo, de qualquer viés ideológico que possa gerar confusão, especialmente quando utilizado por certos movimentos políticos ou partidários contemporâneos, resultando em manipulações sectárias e distorcidas. E isso deve ficar bem claro. Em sua autêntica visão filosófica, sociológica e ética, o Espiritismo é progressista porque sua razão de ser se nutre de uma disposição inata para promover o progresso moral e intelectual dos indivíduos e da sociedade como um todo, animada pela convicção esperançosa e otimista de que a jornada evolutiva da espécie humana, impulsionada pela força transcendente do Espírito, aponta inexoravelmente para um mundo melhor, mais livre, mais justo, mais igualitário, mais fraterno e mais amoroso.

Um Espiritismo progressista corresponde plenamente ao que Kardec outrora chamou de Espiritismo humanitário, ou seja, ao Espiritismo dialético tão firmemente defendido por Manuel Porteiro; e está igualmente em perfeita harmonia com a caracterização do Espiritismo laico, livre-pensador, racionalista, humanista, plural e progressista — sem jamais esquecer seu caráter genuinamente kardecista — que identifica amplos e variados segmentos do movimento espírita contemporâneo, que podemos englobar sob o guarda-chuva comum de Espiritismo avançado ou Espiritismo de vanguarda.

Nota do ECK: Livre tradução de Marcelo Henrique, em relação ao original, em espanhol.

 

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Espiritismo Progresista

Jon Aizpúrua

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Un sistema de pensamiento como el Espiritismo que tiene en el progreso una de sus coordenadas determinantes, dejar de identificarse como una opción progresista, calificativo construido etimológicamente desde el término progreso, que le sirve de raíz, y que denota en sentido general todo aquello que avanza o que favorece el avance.

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En estos años que corren del siglo 21 se puede apreciar que en ciertos sectores del movimiento espiritista internacional se viene haciendo uso con notable frecuencia del término “progresista” adicionado al de Espiritismo. Y esto lo registramos con especial complacencia por cuanto esta disposición siempre nos ha acompañado en nuestra manera de entender el perfil filosófico, sociológico y ético de la doctrina kardecista.

No hay duda de que la noción de progreso, tanto en el orden espiritual como material, permea la totalidad de los textos básicos que dieron origen al Espiritismo, bien sea en los conceptos expresados por Allan Kardec como en los mensajes trasmitidos por los Espíritus. La comprensión de Dios y del universo, del Espíritu y la materia, de la evolución general, de la vida y del ser humano, de la formación de las sociedades, así como la confianza en el progreso incesante, es lo que otorga sentido y significado a la existencia y al devenir, y al impulso indetenible por alcanzar etapas superiores en la conquista de sucesivos y superiores peldaños en la vía infinita del perfeccionamiento.

La Ley del Progreso fue presentada por Kardec en El Libro de los Espíritus como una de las referencias esenciales dentro del ámbito de la evolución universal. Aplicada específicamente al hombre, plantea que éste progresa sin cesar, sin posibilidad de retorno, y que la creencia de que pueda haber retroceso es aparente, un error de perspectiva, por cuanto si se observa el conjunto ha de constatarse el avance.

En el desarrollo de este importante asunto, Kardec considera esencial hacer la distinción entre el progreso intelectual y el progreso moral, reconociendo que ambos se prestan mutuo apoyo aunque no siempre marchan juntos, lo cual debería tenerse siempre en cuenta a la hora de evaluar las variadas formas que adoptan los comportamientos de los individuos y de las sociedades. Para el fundador del Espiritismo no había duda: sin descuidar la preparación intelectual, lo que marca el tono de los verdaderos avances es el progreso moral, tanto así, que condiciona los alcances del progreso social de la humanidad en su conjunto.

No podría, pues, un sistema de pensamiento como el Espiritismo que tiene en el progreso una de sus coordenadas determinantes, dejar de identificarse como una opción progresista, calificativo construido etimológicamente desde el término progreso, que le sirve de raíz, y que denota en sentido general todo aquello que avanza o que favorece el avance. 

Espiritismo progresista: una concepción dinámica, actual, de avanzada, abierta ante los avances del conocimiento general, dispuesta al diálogo intercultural y sensible a las necesidades materiales y espirituales de los seres humanos

Hablar de Espiritismo progresista equivale a decir que se asume al kardecismo como una concepción dinámica, actual, de avanzada, abierta ante los avances del conocimiento general, dispuesta al diálogo intercultural y sensible a las necesidades materiales y espirituales de los seres humanos, y no como una concepción estática, conservadora, inmovilista, fatalista, mística, encerrada en la creencia de ser depositaria de verdades completas o definitivas, ajena por tanto a la propia noción del progreso eterno.

Viene pues, apropiado y oportuno, el término progresista en la carta de presentación del Espiritismo de nuestro tiempo en tanto que propuesta que satisface la exigencia de combinar el progreso moral y el progreso material, el cultivo de los sentimientos y la educación del pensamiento, el fomento de una espiritualidad libre y abierta conjugada con una  racionalidad creadora y desprejuiciada.

Una advertencia, sin embargo, resulta imprescindible. Conviene desligar el empleo del vocablo progresista aplicado al Espiritismo, de cualquier sesgo de índole ideológica que podría generar confusiones, sobre todo con el uso que le otorgan determinadas corrientes políticas o partidistas contemporáneas, y que acaba en manipulaciones sectarias y distorsionadas. Y esto debe quedar muy claro. En su auténtica visión filosófica, sociológica y ética, el Espiritismo es progresista porque su razón de ser se nutre de una connatural disposición a fomentar el progreso moral e intelectual de las personas y de la sociedad en su conjunto, animado por la convicción esperanzada y optimista de que la caminada evolutiva de la especie humana, impulsada por la fuerza trascendente del Espíritu, apunta inexorablemente a un mundo mejor, más libre, justo, igualitario, fraterno y amoroso. 

Un Espiritismo progresista se corresponde plenamente con lo que alguna vez Kardec denominó Espiritismo humanitario; o con el Espiritismo dialéctico que con tanta firmeza sostuvo Manuel Porteiro; e igual se halla en perfecta sintonía con la caracterización de Espiritismo laico, librepensador, racionalista, humanista, plural, progresivo, -sin jamás olvidar su carácter genuinamente kardecista- que identifica a amplias y variadas parcelas del movimiento espiritista contemporáneo, a las que podemos cobijar bajo el paraguas común de un Espiritismo de avanzada o Espiritismo de vanguardia.

Imagem de Vicki Hamilton por Pixabay


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Postagem efetuada por membro do Conselho Editorial do ECK.

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