Cláudio Bueno da Silva
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Nas últimas décadas e, mais recentemente, pelas mídias digitais, a questão da dieta humana tem sido pautada com insistência. A mobilização cada vez maior das pessoas na busca de esclarecimento, não parece expressar apenas mais um modismo, mas o início de uma conscientização ditada por novos valores que afloram nas sociedades contemporâneas.
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Quanto à classificação alimentar o homem é considerado onívoro, ou seja, come qualquer tipo de alimento. No entanto, vem crescendo o número de pessoas que estão “pensando” antes de colocar comida no prato. As motivações variam desde posições filosóficas até as relações com o meio ambiente, passando pelo que parece ser a preocupação de grande parte: os cuidados com a saúde do corpo.
Nas últimas décadas e, mais recentemente, pelas mídias digitais, a questão da dieta humana tem sido pautada com insistência. Os estudos sobre nutrição deram cor e enriqueceram o nosso prato de cada dia, pondo à nossa disposição alternativas variadas de consumo.
Na questão específica dos nutrientes não há mais certezas absolutas hoje em dia. Médicos e nutricionistas já divergem, por exemplo, sobre a base da fonte de proteínas para a correta nutrição. Para uns, a carne é a principal delas e não pode ser substituída, enquanto outros já propõem orientações mais flexíveis.
Apenas para registro, hoje se sabe através de fartos estudos, que além de carros, indústrias e outras tantas fontes de poluição e contaminação, a imensa cadeia produtiva da carne é um dos vilões que interferem na qualidade de vida no planeta.
A mobilização cada vez maior das pessoas na busca de esclarecimento, estimulada pelo enorme volume de informações disponíveis, não parece expressar apenas mais um modismo, como alguns movimentos no passado, mas o início de uma conscientização ditada por novos valores que afloram nas sociedades contemporâneas.
Reciclagem, reutilização, certificação, redução, mais que simples palavras, apontam para comportamentos elaborados a partir do desejo de conservar um planeta que pede socorro e manter a vida em padrões aceitáveis. Esse movimento de ideias também se reflete na forma como o homem se alimenta.
Se considerarmos os animais como nossos “irmãos” na escala evolutiva, como sugere o Espiritismo, por exemplo, a rejeição crescente ao hábito onívoro do homem estará configurando uma luta contra o que poderíamos chamar de “antropofagia humana”.
Em termos globais, a natureza está impondo limites ao homem, reagindo às suas investidas desorientadas. Os distúrbios no ecossistema são pura reação. É cada vez mais urgente buscar soluções práticas de conduta relacionadas à educação das sociedades, à suavização dos costumes, inibindo ações abusivas, desde as mais corriqueiras até as sistêmicas.
As turbulências generalizadas pelo globo coincidem, não por acaso, com a necessidade de despertamento do homem para uma mentalidade mais amadurecida que considera outras possibilidades além da matéria.
As preocupações exageradas com a estética corporal são passageiras, mas o interesse pela saúde do corpo pode significar que se está criando expectativas de maior relevância.
O passo seguinte dos humanos será reagir contra a escravidão dos instintos e dos hábitos milenares, o que facilitará o controle consciente sobre o corpo, com repercussões no Espírito.
Enquanto caminhamos nessa direção, será útil pensarmos nas mudanças que já podemos implementar em nossa vida. Elas são muitas e a reeducação alimentar é uma delas. Não parece, mas essa atitude generalizada terá repercussões muito positivas no sistema da vida planetária.
A reeducação alimentar trará ganhos importantes para o homem, que terá uma vida mais simples, saudável e longeva; e, para o Espírito, que refletirá maior equilíbrio e estará mais em harmonia com as energias superiores.
Mudar hábitos alimentares irá significar, assim, estar em sintonia com os novos tempos que despontam, conjugando mudanças comportamentais e morais.
Imagem de Mohamed Hassan por Pixabay
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