Temos falado muito sobre dialógica e dialética. Dois conceitos que implicam na desejável pluralidade, que representa, em essência e na práxis, estar aberto a ouvir. Uma escutatória (lembrando Rubem Alves) ampla e empática, quase amorosa - e não o é, de pronto, porque para amar é preciso, antes, conhecer.
E nem sempre conhecemos nosso interlocutor — ou, mais amplamente, todos os que emitem opiniões sobre as temáticas que resolvemos abraçar. Conhecer é bem mais que estar ciente, ler e interpretar. É “incorporar” o espírito que fez um dado Espírito dissertar o que pensa sobre pessoas, instituições ou fatos.
Então, nesta esteira, chega-se à diversidade alteritária (e nisto vamos nos referir e recordar de Habermas, o filósofo e comunicador da alteridade). Este é um conceito que supre o paradigma anterior — o do conhecimento (pleno) do outro, sua história e seus conceitos — ainda em curso ou incompleto, para permitir que idéias distintas (e, porventura, por vezes, até antagônicas) sejam oferecidas ao leitor, para seu livre exame.
No ECK estamos experimentando esta (nova) vivência, sem receios de sobressaltos (naturais, em algo que é recente e inicial), nem incompreensões (nossas e dos leitores), porque a compreensão é, também, um processo que deriva da maturação.
Nesta edição, a Diversidade Alteritária dá as caras. E pretendemos, nós, que ela permaneça!
Imagem de The_Shire_Hobbit por Pixabay
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